sábado, 13 de agosto de 2011

Saúde Aumenta número de casos de linfoma


Em Mogi, por exemplo, somente no Centro Oncológico, há de seis a dez pacientes com a doença em tratamento
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Maurício Sumiya

Centro Oncológico de Mogi das Cruzes está com até dez pessoas com a doença em tratamento. Remédios podem chegar a custar R$ 5 mil por mês para cada paciente
O linfoma - forma de câncer que ataca o sistema que protege o organismo de infecções - é mais comum do que se imagina. O Centro Oncológico de Mogi das Cruzes atende hoje de seis a dez pacientes vítimas da doença, a mesma diagnosticada esta semana no ator global Reinaldo Gianecchini. Segundo especialistas, a incidência da doença tem aumentado cerca de 3% ao ano. Além da quimioterapia, o tratamento pode exigir o uso de anticorpos monoclonais, não-disponíveis na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Para o tratamento adequado, os médicos precisam pedir na Justiça que o Estado compre a medicação, cuja dose custa R$ 1.500. O paciente pode chegar a usar de dois a três frascos a cada 21 dias. Em geral, o linfoma pode ser classificado em duas categorias: hodgkin e não-hodgkin. 
Segundo o médico oncologista Flávio Isaías Rodrigues, se comparado aos demais tipos de câncer, o número de casos de linfoma é pequeno. "O que o diferencia dos demais é que ele se desenvolve da mesma forma que a leucemia, ou seja, o câncer não é sólido. Ele ataca o sistema de defesa, por isso, quanto mais cedo identificado, melhor será o resultado do tratamento".


Para livrar o paciente do tumor maligno que ataca os linfonodos (glânglios), não há alternativa a não ser a quimioterapia. "O grau de dificuldade do tratamento varia, dependendo de onde estiver o linfoma. Em áreas como pescoço, as chances são boas. Se atacar baço, fígado ou medula, o caso fica mais grave". O tratamento é caro. O gasto com os anticorpos monoclonais pode chegar a R$ 5 mil em um mês. 
Segundo o diretor da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH) e especialista em linfomas, Carlos Chiattone, a classe médica deve estar atenta na hora do diagnóstico, já que, na maioria das vezes, quem atende o paciente pela primeira vez não é hematologista ou oncologista. "É necessário que o médico considere no aumento de um gânglio linfático a possibilidade de ser ou evoluir para um linfoma".


Diagnóstico
Ainda de acordo com o especialista, nós últimos anos, a incidência da doença entre os homens tem crescido e pode ser confundida com outras enfermidades. "Em geral, os sintomas são inchaço indolor dos linfodonos, popularmente conhecidos como ínguas, febre e excessiva perda de peso. Caso persista uma íngua, um suor noturno intenso ou febre, por mais de dez dias, por exemplo, o ideal é procurar um médico". 
A doença pode ser causada por deficiência de imunidade ou outras doenças genéticas hereditárias. Até a exposição química a pesticidas, solventes, fertilizantes e altas doses de radiação podem provocar o aparecimento do câncer.


Fonte:Mogi News