quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dilma tenta enquadrar rebelados



CONTROLE De acordo com um dos participantes do jantar, Dilma circulou com desenvoltura e distribuiu simpatia e atenções entre parlamentares
O jantar oferecido pelo vice-presidente Michel Temer ontem à presidente Dilma Rousseff e ao PMDB no Palácio do Jaburu contribuiu para aproximá-la do partido. Da mesma forma, serviu para que diversas lideranças do PMDB intensificassem as conversas para diluir a crise interna, que atinge ministros e gerou um foco de rebelião entre os deputados.


De acordo com um dos participantes do jantar, Dilma circulou com desenvoltura e distribuiu simpatia e atenções entre grupos de deputados e senadores. Dilma se fez acompanhar de ministros do PT, Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais). "Foi um gesto significativo de aproximação com o partido", definiu o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), sobre a presença de Dilma.


Inicialmente, Temer havia cogitado oferecer um jantar na última segunda-feira ao grupo de deputados novatos que se insurgiram contra a liderança de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a fim de ouvir as reclamações e tentar acalmar os ânimos. No entanto, o vice foi desaconselhado por um aliado que o alertou de que o cogitado jantar poderia ser interpretado como um "prêmio" aos amotinados.


Diante do alerta, Temer teve a ideia de ampliar o encontro aos deputados, senadores e ministros e convidou Dilma. Por sua vez, empenhada em construir laços com os aliados, dos quais depende no Congresso, Dilma aceitou o convite.


Em outra frente, lideranças do Senado, como Renan Calheiros, Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO), entraram em campo para debelar a crise na bancada da Câmara e acalmar os ânimos dos rebelados. Um grupo, cujos expoentes são os deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Danilo Forte (PMDB-CE), questiona a liderança de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).


Envolvido em denúncias, o ministro do Turismo, Pedro Novais, que havia prestado depoimento no Senado à tarde, foi saudado como alguém que não deve virar alvo da "faxina" presidencial num curto espaço de tempo. Entre peemedebistas da cúpula, o sentimento é de que o partido já contribuiu com sua "cota" para a faxina com a demissão de Wagner Rossi do Ministério da Agricultura.


"Seria bom esperar um tempo", comentou um cacique do partido sobre a eventual saída de Novais do Ministério do Turismo. O entendimento é de que, se não houver novas denúncias que o atinjam diretamente, Novais só deixa a pasta em dezembro, com a reforma ministerial.


Fonte:O Diário de Mogi