terça-feira, 19 de julho de 2011

Passagens de nível Contradição no encontro entre Prefeitura e CPTM

Sistema de segurança nas cancelas foi o assunto tratado na reunião motivada pela colisão entre um veículo e um trem, que deixou 2 feridos
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Guilherme Berti

Ao fim de reunião, Nakaharada e Nepomuceno afirmaram que o atual sistema de segurança das passagens de nível é "eficiente"
A reunião realizada na tarde de ontem entre diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e representantes da Prefeitura de Mogi das Cruzes terminou com declarações contraditórias. Ao mesmo tempo em que os secretários municipais de Segurança e Transportes, Eli Nepomuceno e Carlos Nakaharada, respectivamente, afirmaram que o atual sistema de segurança das passagens de nível é "eficiente", prometeram estudar novas medidas para minimizar a possibilidade de acidentes. 
O encontro, realizado em um das salas da Estação Mogi das Cruzes, foi motivado após uma nova colisão entre trem e carro, que, desta vez, teve como cenário a passagem de nível da avenida Valentina Mello Freire Borenstein, em Brás Cubas, dia 9 de julho. Uma das cancelas não foi acionada pelo guarda municipal. O veículo avançou a linha férrea e colidiu com uma composição da CPTM. Duas pessoas ficaram gravemente feridas. 
Nakaharada e Nepomuceno foram abordados pela Imprensa logo na saída da estação e, inicialmente, afirmaram que o encontro "foi apenas uma reunião técnica, realizada sem a necessidade de apresentação de resultados concretos". 
Nepomuceno, porém, acabou revelando o teor da conversa. "Detalhamos o acidente e chegamos à conclusão de que os quatro mecanismos de segurança: o sinal sonoro, o visual, com as placas e os semáforos, a cancela e os guardas municipais, são eficazes", afirmou Nepomuceno.


No acidente da madrugada do dia 9, apesar do sinal sonoro e o visual terem sido disparados, o veículo com os dois ocupantes avançou a passagem de nível, uma vez que o obstáculo físico, a cancela, não foi acionado pelo guarda municipal. A falha do procedimento de segurança que deveria ser adotado por um servidor da Prefeitura invalidou os outros dois mecanismos - sonoro e visual - de responsabilidade da CPTM. 
"Há um convênio entre companhia e Prefeitura que estabelece as responsabilidades e houve sim um erro", assumiu Nepomuceno. Ele abriu uma sindicância para apurar o caso. A análise tem um prazo de 30 dias para ser concluída, mas o período pode ser prorrogado por mais um mês. Em paralelo com a investigação administrativa, a Polícia Civil instaurou um inquérito para descobrir o culpado. 
Incomodado
Questionado se a companhia tinha feito alguma recomendação para que o atual sistema de segurança fosse melhorado, Nakaharada, aparentemente incomodado com a pergunta, afirmou que as passagens de nível estão bem equipadas. 
"Nada vai ser feito em curto prazo, porque a operacionalização é adequada", afirmou o secretário, que, minutos depois, já dizia: "Vamos estudar algumas situações que podem ser a implantação de lombadas, medidas educativas aos mais afoitos, e, principalmente, a automação das cancelas, que poderão ser acionadas junto com os outros sinais", disse.


A CPTM se resumiu a informar, por meio da Assessoria de Imprensa, que o encontro "foi realizado para tratar de assuntos de trabalho". Foi a companhia quem agendou a reunião.


Fonte:Mogi News