domingo, 10 de julho de 2011

Alto Tietê totaliza 630 mil negros

Alexandre Barreira


A população total dos 10 municípios do Alto Tietê é de 1,4 milhão de pessoas, de acordo com o Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no início deste mês. Os dados apontam que 43,7% deste total, ou seja, 630 mil pessoas, são negras - o IBGE considera que pessoas pretas e pardas fazem parte do contingente de indivíduos negros no País.


Os municípios do Alto Tietê que contam com o maior índice percentual de pessoas negras em sua população, segundo o Censo 2010, são Itaquaquecetuba, que tem 181.253 negros, o que corresponde a 56,33% da população total do município, que é de 321.770 habitantes; e Ferraz de Vasconcelos, com 86.475 negros - a quarta colocada no número geral -, mas em termos de representatividade, indica 51,38% do total de 168.306 habitantes.


Mogi das Cruzes conta com uma população negra formada por 133.434 pessoas, o que representa 34,41% da população total do Município, que é de 387.779 habitantes.


A cidade que tem a menor população negra no Alto Tietê, conforme pesquisa do IBGE, é Salesópolis, com 2.961 pessoas, representando 18,94% da população total.


O município com o maior número de negros em São Paulo, de acordo com o IBGE, é Iporanga, com 74% do total de habitantes (4.299), o que representa 3.181 pessoas.




Economia


Segundo dados oficiais do IBGE, este grande número de pessoas negras nestes municípios está associado diretamente à pobreza. Em uma segunda pesquisa do órgão, Itaquaquecetuba apresenta o maior índice percentual de domicílios com renda mensal per capita de até um quarto (1/4) do salário mínimo, o que corresponde a R$ 127,50. A pesquisa indica que 6,64% dos domicílios de Itaquá se encaixam neste perfil. A cidade ocupa a 54ª colocação em todo o Estado de São Paulo, que é liderado por Itapirapuã Paulista, no extremo oeste do território estadual, com 22,35% do domicílios que convivem com uma renda familiar baixíssima.


Ferraz de Vasconcelos está em segundo lugar na Região do Alto Tietê neste quesito, com 4,88% dos domicílios, nos quais a renda per capita está na faixa dos R$ 127,50 mensais.


Mogi das Cruzes ocupa a sexta posição regional, com 4,04% de domicílios com renda per capita de ¼ do salário mínimo por mês.


No outro extremo da tabela, a ligação entre pobreza e o alto número da população negra é mais real. Dos municípios considerados pobres do Alto Tietê, Itaquaquecetuba é o que tem a menor participação na pesquisa que aponta as classes de rendimento mensal domiciliar per capita de cinco ou mais salários mínimos, que parte de R$ 2,5 mil mensais. O índice da cidade comandada pelo prefeito Armando Tavares Filho, o Armando da Farmácia (PR), é de 0,81%. Ferraz de Vasconcelos, do prefeito Jorge Abissamra (PSB), vem logo em seguida, com apenas 0,78% de domicílios cuja a renda per capita é igual ou superior a cinco salários mínimos.


Mogi das Cruzes, neste segmento da pesquisa, pode ser considerada uma das mais ricas da Região, com índice de 5,87% de domicílios nos quais a renda familiar per capita ultrapassa os cinco salários mínimos, de acordo com o levantamento do IBGE.


A cidade com maior representatividade nesta faixa de renda em todo o Estado de São Paulo é Santana do Parnaíba, com 19,12% de seus domicílios com renda per capita acima dos R$ 2,5 mil, seguida de perto por São Caetano, com 18,14%.


Fonte:O Diário de Mogi