sexta-feira, 6 de maio de 2011

Removidas famílias de Braz Cubas

Removidas famílias de Braz Cubas

JÚLIA GUIMARÃES
ESPECIAL PARA O DIÁRIO



A remoção das famílias que vivem às margens do Córrego dos Canudos já foi iniciada pela Prefeitura de Mogi das Cruzes. Na manhã de ontem, 18 pessoas deixaram suas casas e foram realojadas pela Administração Municipal. A medida é necessária para viabilização do projeto de canalização do leito d’água. As obras vão exigir a remoção de um total de 180 famílias moradoras da área, que passará por intervenções de reurbanização.
A reportagem de O Diário esteve no local ontem e acompanhou a mudança de duas famílias. Até o momento, 11 imóveis já foram desocupados e a previsão é de que mais 40 remoções ocorram em junho. De acordo com informações dos moradores locais, as desocupações começaram no mês passado. Na manhã de ontem, 18 pessoas de duas famílias diferentes deixaram o local. Durante toda a manhã, adultos e crianças retiravam caixas e móveis de dentro das casas, em meio às máquinas e aos funcionários do Consórcio EIT/OAS que, simultaneamente, davam prosseguimento aos serviços da obra.
A dona de casa Dássia Cristina Feliciano deixou a casa ao lado de outras 11 pessoas que viviam no imóvel. Ela explicou que seus familiares foram notificados saírem do local até as 14 horas de ontem. Segundo Dássia, a remoção foi feita como medida de segurança, já que a residência está localizada praticamente dentro da área das obras. Ainda de acordo com a moradora, todo o processo de remoção contou com acompanhamento da Secretaria Municipal de Assistência Social.
Para a próxima segunda-feira, ainda está prevista a mudança de mais uma família de cinco pessoas. A aposentada Maria Moraes vive com três filhos e um neto há 25 anos em um imóvel irregular. Ela conta que está apreensiva com a remoção. "Fico preocupada porque vivo com um salário mínimo, da aposentadoria, meus filhos estão desempregados e não sei se terei condições de pagar as parcelas do apartamento".
De acordo com a Coordenadoria de Habitação da Prefeitura, todas as 180 famílias removidas serão contempladas com prioridade pelo programa Minha Casa Minha Vida, Elas irão para dois conjuntos habitacionais em construção no Jardim Layr. Juntos, os condomínios terão 380 apartamentos e devem ser concluídos em agosto deste ano. Enquanto as unidades não ficam prontas, as famílias moram em imóveis alugados por meio do programa de auxílio-moradia.
A família da dona de casa Vânia Loredo Souza já está nesta situação. Ela, o marido e os quatro filhos deixaram a casa em que viviam no último dia 11 de abril e, atualmente, vivem em uma residência alugada pela Administração Municipal. Vânia afirmou que está satisfeita com o processo de remoção. "Não tenho do que reclamar. As assistentes sociais explicaram que o apartamento fica bem próximo daqui, para que não haja mudanças no cotidiano da família", disse.
As próximas remoções serão feitas de forma gradativa, sendo que para o mês de junho, estão previstas 40 desocupações de imóveis. A coordenadora de Habitação da Prefeitura, Dalciani Felizardo, ressalva que este número pode ter alterações, já que as remoções são feitas de acordo com o andamento dos trabalhos. "A obra muitas vezes muda e nós temos de nos adaptar a isso. Então, existe esta previsão, mas é possível que haja alterações".
Dalciani esclareceu que o cadastramento das famílias está em fase de depuração. Ainda não há números exatos de distinção de grupos entre este total, mas já é possível determinar que uma pequena minoria destas famílias é de fato proprietária dos imóveis. Para estas pessoas, a Prefeitura pagará uma indenização pela desapropriação dos imóveis.

Fonte:O Diário de Mogi