sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dois anos: Lei contra cigarro pegou para valer


Dois anos
Lei contra cigarro pegou para valer
Índice de aceitação à legislação que restringe o fumo em todo o Estado de São Paulo chega a 99,08%
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Jorge Moraes
Especialistas dizem que as pessoas passaram a fumar menos com restrições impostas pela lei
A Lei Antifumo completa dois anos em vigor amanhã com índice de aceitação de 99,08%, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Em 2010, a equipe de Vigilância Estadual de Saúde realizou, no Alto Tietê, 8.065 inspeções em estabelecimentos públicos e privados, que resultaram em 54 autos de infração por descumprimento à lei. Desde 2009, nenhuma interdição foi registrada na região, com exceção de um comércio em Mogi das Cruzes, que foi flagrado descumprindo a determinação no primeiro dia de vigor da medida.
Nestes dois anos, o balanço de especialistas é positivo. Segundo eles, a lei serve como incentivo para fumantes que, devido às proibições, fazem intervalos mais longos entre um cigarro e outro, além de diminuir o índice de fumantes passivos.
No Estado, a Lei Antifumo realizou 355.625 inspeções. Foram autuados 945 estabelecimentos por descumprimento da medida. De acordo com o Elizeu Diniz, coordenador estadual de Vigilância em Saúde, a lei serve de incentivo para fumantes largarem o vício. "É uma lei que cria uma barreira para aqueles que fumam, aumentando o intervalo entre um cigarro e outro, diminuindo o consumo. Fumar no dia a dia ficou muito mais difícil", destacou.
O índice de fumantes passivos, aqueles que não consomem cigarro, mas acabam aspirando fumaça, também caiu. Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizado em 1998, depois da sanção da lei que instituiu a separação da área para fumantes e não fumantes, revelou que garçons tinham 50% a mais de monóxido de carbono no organismo do que as pessoas que trabalhavam em locais sem cigarro. "A exposição à fumaça do cigarro aumenta as chances de desenvolver doenças cardiovasculares e até câncer", explicou o coordenador.
A desempregada Crislaine Aparecida da Silva, de 27 anos, está entre os fumantes que diminuíram o consumo. "Eu fumava um maço de cigarros por dia. Depois da implantação da lei, passei a consumir um maço a cada três dias. Já sinto os benefícios´, defendeu.
Para a coordenadora do Programa de Combate ao Tabagismo de Mogi, Maria Giane Luz, a lei reduziu o número de fumantes na cidade apenas em um primeiro momento. "A lei causou um impacto inicial com a proibição que diminuiu o consumo do cigarro em todas as faixas etárias. Agora, como já fazem dois anos de vigor, não houve queda neste índice de consumo. As pessoas já se habituaram à lei, fumam em lugares e horários alternativos. Além disso, os próprios estabelecimentos se adequaram à legislação, instalando os fumódromos", disse.

Fonte:Mogi News