quarta-feira, 27 de abril de 2011

Motivos: Vistoria na área reforça tese de que explosão pode ter sido provocada

Motivos
Vistoria na área reforça tese de que explosão pode ter sido provocada
Deputados estiveram no local ontem; a discussão é se a explosão poderá acelerar o licenciamento de outra área
BRAS SANTOS
Da Reportagem Local
Maurício Sumiya

Três deputados petistas vistoriaram ontem a área do lixão mais atingida pela explosão
A tese de que a explosão seguida de deslizamento de dezenas de milhares de toneladas de lixo do aterro sanitário da empreiteira Pajoan, na última segunda-feira, foi provocada, ou nada foi feito para que a tragédia fosse evitada, ganhou força ontem quando três deputados do PT vistoriaram a área. Alencar Santana, Luis Moura e José Candido e algumas lideranças políticas petistas de Itaquá conseguiram vistoriar o local mais afetado pela explosão depois de ameaçar dar voz de prisão a funcionários da empreiteira que tentavam impedir o acesso ao depósito. As equipes do Mogi News e do Diário do Alto Tietê foram as únicas que acompanharam o trabalho dos parlamentares.
Durante a vistoria, os deputados e seus assessores destacaram que funcionários do aterro teriam informado que desde o final da semana passada, a queima do gás produzido pelos gases do lixo estaria desativada e que essa interrupção na queima seria um indicativo de que o depósito poderia ir para os ares. Também reforça a suspeita de que nada teria sido feito para impedir a explosão o fato de a Pajoan não ter avisado à agência regional da Cetesb sobre o surgimento das primeiras rachaduras na montanha de lixo, que acabou ruindo. De acordo com a gerência da Cetesb de Mogi, o problema apareceu na quinta-feira da semana passada, mas somente na segunda-feira a agência foi informada das rachaduras.
O fato de o consultor jurídico e ambiental da Pajoan, Horácio Peralta, ter se atrapalhado todo na coletiva de Imprensa (leia mais nesta página) também ajudou a reforçar nos deputados a impressão de que a explosão da montanha de lixo da Pajoan poderá de alguma forma acelerar o processo de licenciamento do Ecoespaço, aterro que os irmãos Carlos e José Cardoso estão tentando licenciar na Secretaria do Estado do Meio Ambiente. Esse novo aterro funcionaria ao lado do depósito que explodiu segunda-feira. Coincidência ou não, a regional da Cetesb autorizou a Pajoan/Ecoespaço a colocar o lixo que interditou a estrada do Ribeiro exatamente na área onde a empreiteira quer instalar o Ecoespaço.
Na segunda-feira, vários moradores dos jardins Louzada e Lucinda alertaram para a possibilidade de a explosão ter sido provocada por motivos comerciais. Um ex-assessor da Pajoan, que pediu para não ter o nome revelado, disse que a explosão de 2000 teria sido provocada com a finalidade de acelerar o licenciamento do aterro Pajoan que agora, com sua vida útil quase expirada, estaria "sendo sacrificado" para dar lugar ao Ecoespaço. O consultor ambiental da Pajoan descartou a tese de que as explosões de anteontem ou a de 2000 terem sido provocadas. Ele disse que a explosão de segunda-feira era imprevisível e que a falta de informação da Cetesb é improcedente. "Com ou sem o apoio dos deputados da Frente Parlamentar vamos investigar todas as possibilidades, inclusive a de que houve negligência para facilitar a tragédia".



Fonte:Mogi News