O comércio varejista de Mogi das Cruzes fechou o ano passado com uma redução de 426 postos de trabalho com carteira assinada. O montante é quase 70% maior que o registrado em 2015, quando 252 desligamentos foram contabilizados.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram apresentados ontem durante reunião da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), realizada na sede do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes (Sincomércio), em Mogi.
De acordo com o balanço, o maior volume de perdas em 2016 foi registrado pelos setores de Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Departamentos, sendo 174, ao todo. Na sequência aparecem as lojas de departamento com o fechamento de 147 postos de trabalho (veja mais no quadro).
De acordo com o assessor econômico da FecomercioSP, Jaime Vasconcellos, os números registrados no município apontam que a crise econômica impactou ainda mais no município, considerando a média de demissões contabilizadas em todo o Estado. A previsão é de que nos próximos meses a situação continue complicada para o setor. "A gente espera para 2017 um ano muito difícil, pois já estamos saindo de dois anos de déficit no mercado de trabalho. Naturalmente o patamar atual, em termos de emprego e faturamento, é bem pior que do que há três anos. Nós esperamos que para o segundo semestre haja o início de uma reação. No primeiro semestre teremos ainda muitas perdas, já no segundo será de estabilização, e isso quer dizer parar de cair. O início de uma melhora deverá ocorrer mais perto do fim do ano. Mais isso não significa que haverá uma recuperação", comentou.
Já o presidente do Sincomércio de Mogi das Cruzes e Região, Valterli Martinez, destacou que para que seja possível superar essa turbulência, a entidade atuará na orientação e conscientização dos comerciantes. "Nós estamos fazendo um trabalho de instrução do comerciante para que ele tenha uma noção do que pode aplicar no comércio e não corra riscos. Em dezembro, nós tivemos um aumento nas demissões, enquanto em janeiro deste ano tivemos uma elevação das admissões. Isso foi algo que nos surpreendeu, porque estávamos pensando que a situação fosse permanecer. Estamos um pouco mais confiantes", concluiu.
Reunião mostrou atual panorama e apresentou projeto para preservar o comércio
Martinez: "Comerciantes não podem arriscar".
Vasconcellos: "2017 será um ano muito difícil".
QUADRO -
Atividades Saldo 2015 Saldo 2016
Autopeças e Acessórios -110 -6
Concessionárias de Veículos - 30 3
Farmácias e Perfumarias 09 56
Eletrodomésticos,Eletrônicos e Lojas de Departamento - 41 -174
Materiais de Construção -119 - 89
Lojas de Móveis e Decoração -28 -1
Lojas de Vestuário, Tecido e Calçados -242 -147
Supermercados 34 -108
Outras Atividades - 44 40
Total do Comércio Varejista -252 -426
Fonte: Ministério do Trabalho
Fonte:Mogi News