sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

CIDADES: Em entrevista, Bertaiolli fala do plano de se eleger deputado federal

CIDADES:
Em entrevista, Bertaiolli fala do plano de se eleger deputado federal

 24 de fevereiro de 2017  Cidades, QUADRO DESTAQUE  
Marco Bertaiolli poderá se candidatar a deputado federal, no pleito de 2018. (Foto: Edson Martins)
Marco Bertaiolli poderá se candidatar a deputado federal, no pleito de 2018. (Foto: Edson Martins)

DARWIN VALENTE
“Pela primeira vez, desde a redemocratização do País, Mogi das Cruzes não elegeu um deputado federal. E não é possível que numa região como a do Alto Tietê, com cerca de 2 milhões de habitantes, a Cidade não tenha um representante na Câmara dos Deputados. Por isso, nossa meta é levar nossa mogianidade para Brasília”. Estas afirmações, já em tom de campanha eleitoral, são do ex-prefeito Marco Bertaiolli (PSD) que, pela primeira vez, após haver deixado o comando da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, define, em entrevista exclusiva a O Diário, quais serão os seus planos, de agora em diante, visando alcançar o seu principal objetivo político, que é se eleger deputado federal nas eleições do próximo ano.

Enquanto planeja ações ligadas à sua vida pessoal – como percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, tradicional rota dos peregrinos que liga a França ao Norte da Espanha passando pelos Pirineus, uma cordilheira no Sul da Europa –, Bertaiolli, ainda ostentando a barba cultivada durante recente período de férias com a família, nos Estados Unidos, também passa a viver aquilo que considera a contagem regressiva para o pleito de 2018.


Corrida eleitoral
Pelas suas contas, a corrida eleitoral começará para valer a partir de 1º de abril do próximo ano, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) deverá se desincompatibilizar do cargo e definir o seu próprio futuro político, possivelmente se candidatando a presidente da República. Até lá, no entanto, haverá pouco mais de um ano para que um virtual candidato a deputado federal como ele se torne conhecido em todo o Estado de São Paulo, ou nos principais redutos onde deverá buscar os mais de 100 mil votos necessários para a sua eleição.

“Emblemática”
Bertaiolli considera a eleição para deputado federal “a mais emblemática que existe” e que, por isso mesmo, exige uma estratégia muito diferente daquela usada nos pleitos para prefeito e vereador – restrita ao território municipal –, e nas disputas para presidente e senador – estritamente midiática.

“Para deputado federal, a campanha exige a peregrinação do candidato pelos municípios, trabalhando muito junto às lideranças e mostrando uma presença forte nas regiões onde pretende buscar seus votos”, diz Bertaiolli, que já definiu o Vale do Paraíba e o Alto Tietê e toda a Região Metropolitana de São Paulo como seus principais polos de ação política, não descartando outras regiões do Estado onde poderá atuar com a ajuda da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), naz qual foi eleito, ainda nesta semana, vice-presidente executivo na chapa vitoriosa do presidente Alencar Burti.

O seu partido político, o PSD, liderado por Gilberto Kassab, também poderá ajudá-lo na empreitada. “Esta eleição terá grande importância para os partidos políticos, pois o tamanho da bancada federal irá determinar o peso que a agremiação terá dentro e fora do Congresso, especialmente no tempo de televisão. Por isso, todos os partidos estarão colocando as suas fichas nas eleições para a Câmara dos Deputados”, diz o mogiano.

Duas armas
Um dos já “escalados” pelo PSD para disputar uma das 70 vagas de São Paulo no Legislativo Federal, Bertaiolli terá duas armas importantes para se apresentar diante de prefeitos, vereadores e demais integrantes do partido no Interior: os livros “A Cidade Saudável”, já editado, e “A Cidade do Saber”, a ser lançado possivelmente em maio próximo, que mostram como a Saúde e Educação foram tratadas em sua passagem pela Prefeitura de Mogi e se tornaram referências de políticas públicas que o “partido defende, respeita e executa”.

Em breve, o ex-prefeito inicia uma série de palestras pelo Interior divulgando os livros editados pelo partido e apresentando sua imagem de administrador de sucesso, capaz de voos mais altos na esfera federal.


Por isso mesmo, ele considera o tempo de trabalho “muito curto”, já que terá pela frente de combinar a missão partidária de fortalecer o PSD e, ao mesmo tempo, divulgar políticas de Mogi que poderão servir como exemplo para outras administrações, aproveitando para estabelecer relações na busca de apoio e de votos.

O político, no entanto, confia muito em sua principal base eleitoral que é Mogi. “Preciso sair daqui com uma votação expressiva para que possa me eleger e bem representar nossa Cidade e Região na Câmara Federal”, afirma.

Dobradinhas
Quanto a um ou mais virtuais companheiros de possíveis dobradinhas para deputado estadual, o ex-prefeito cita vários nomes de prováveis candidatos por Mogi, mas garante que o atual período é de “entressafra” e que ainda não dá para dizer quem será seu companheiro na disputa. “Até o começo do próximo ano, vamos ver quem se viabiliza, se destaca e até quem vai querer ser candidato”, desconversa, sem querer antecipar nomes.

Bertaiolli, no entanto, lembra que a Cidade já chegou a ter, na década de 90, três deputados estaduais e dois federais. E conclui:

“Mogi tem toda condição e oportunidade de retomar o protagonismo político no ano que vem, elegendo pelo menos três deputados estaduais e um ou dois federais”.

Ele, é claro, quer ser um deles.

Análise
O ex-prefeito Marco Bertaiolli considera que seu sucessor no cargo, Marcus Melo (PSDB), está conseguindo vencer os desafios a que se propôs, como manter a zeladoria da Cidade funcionando, com limpeza e fiscalização de irregularidades, “mantendo a vida de Mogi que não pode parar”.

Garantindo que está afastado das questões administrativas locais, Bertaiolli lembra que Melo está assumindo o Município em uma situação totalmente adversa daquelas em que ele administrou Mogi. Tudo por conta dos efeitos terríveis da atual crise econômica que afetam não apenas a arrecadação municipal, como estão colaborando para fechar as torneiras que poderiam irrigar a Cidade com verbas estaduais e federais.

Bertaiolli também voltou a lembrar de quatro grandes obras iniciadas durante os seus governos, que deverão ser concluídas e entregues no primeiro ano do governo de Marcus Melo. São obras com verbas já garantidas – ou “carimbadas” – pelos governos do Estado e União.

Fonte:O Diário de Mogi