Foto: Ney Sarmento / PMMC
Ao contrário do habitual, avenida Cívica estará vazia durante o Carnaval sem os desfiles das escolas de samba
O tradicional desfile das escolas de samba de Mogi das Cruzes, que acontece anualmente na avenida Cívica, não será realizado em 2017. A suspensão do evento é motivada por questões econômicas, já que a previsão é de que a administração municipal tenha que trabalhar com um orçamento bastante apertado. O anúncio foi feito na tarde de ontem pelo secretário municipal de Cultura, Mateus Sartori, em coletiva de Imprensa.
"Depois de muito estudo e trabalho por parte da Comissão de Transição, a gente chegou a conclusão de que não há condição de realizar o Carnaval no ano que vem. Começar 2017 sabendo das dificuldades dos repasses tanto da União quando do Estado faz com que onere muito as atividades do município. Para que a gente mantenha uma administração de forma responsável sem prejudicar o atendimento da população naquilo que é mais essencial, nós decidimos inviabilizar a organização do Carnaval", disse.
Segundo Sartori, com essa decisão será possível garantir uma economia de aproximadamente R$ 1,2 milhão. "O objetivo do município era que tivéssemos o Carnaval, mas vimos que será um ano muito difícil. Sem dúvida trata-se de um evento importante, mas precisamos pensar na administração como um todo. O montante é o mesmo que se gasta para manter o funcionamento de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) funcionando por determinado período, bem como escolas funcionando, por exemplo,", justificou.
O chefe da pasta não descartou a possibilidade de que alguma outra ação carnavalesca seja promovida no município. "Inicialmente estamos tratando da avenida Cívica, pois o maior custo é com o desfile carnavalesco. No momento, não consigo dizer se teremos outras atividades relacionadas ao Carnaval. Pode ser que isso aconteça, mas inicialmente estávamos inviabilizando apenas o desfile".
Questionado sobre a atual situação financeira da Secretaria, o secretário informou que há algumas pendências tanto por parte da União quanto do Estado. Os valores, no entanto, não foram informados.
Agremiações terão prejuízo
De acordo com a diretoria das agremiações ouvidas pelo Grupo Mogi News, a notícia pegou todos de surpresa. A preocupação agora é como será possível recuperar o prejuízo. Isso porque, embora a o repasse destinado às escolas ainda não ter sido efetuado em função de uma série de critérios, as escolas de samba já estavam com mais de 60% dos preparativos para o desfile concluídos.
De acordo com a presidente da agremiação Unidos do Sales, Amanda Aparecida de Souza, a escola já havia gasto quase R$10 mil. “Iriamos estrear no grupo especial e já tínhamos muita coisa pronta. Pagamos os funcionários, e agora não teremos esse dinheiro de volta. Um valor que foi tirado do nosso próprio bolso. Achei muita falta de respeito, pois deviam ter avisado antes”, reclamou.
A mesma insatisfação foi demonstrada pelo diretor da Acadêmicos da Vila Industrial, Ronaldo Gomes, campeã do último Carnaval. “O nosso carnaval estava orçado em 115 mil e já tínhamos gasto mais de R$ 60 mil. E agora, quem irá repor esse nosso prejuízo? Essa foi uma desculpa que deram para acabar com o Carnaval. Nós cumprimos nossa parte, mas infelizmente a prefeitura não cumpriu com a dela. Dizer que está tirando o dinheiro da Cultura para não deixar faltar merenda para as crianças é uma tamanha falta de respeito com nosso trabalho”, criticou.
Fonte:Mogi News
