quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

CIDADES: Entrevista: Paulo Roberto, secretário de Segurança

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Entrevista: Paulo Roberto, secretário de Segurança

 13 de dezembro de 2016  Cidades, QUADRO DESTAQUE  
Coronel Salles assume a pasta em janeiro, na gestão de Marcus Mello. (Foto: Arquivo)
Coronel Salles assume a pasta em janeiro, na gestão de Marcus Mello. (Foto: Arquivo)

LUCAS MELONI
Conhecido pelo perfil operacional, o coronel da reserva da Polícia Militar Paulo Roberto Madureira Sales assumirá, em janeiro, o comando da Secretaria Municipal de Segurança e objetiva mudanças na estrutura da Guarda Municipal. A ideia dele é repor o número de agentes que saíram da corporação por aposentadoria (são 12 desde junho passado) e criar as patrulhas rural e escolar, para ampliar a sensação de segurança nas áreas produtivas mais afastadas do Centro, onde há invasões a propriedades, e nas imediações dos equipamentos municipais de educação, para coibir o tráfico de drogas. Em relação às fiscalizações, estabelecimentos que descumprirem as regras estarão na mira dos agentes como, por exemplo, bares e igrejas evangélicas.

Aos 61 anos, 37 deles dedicados à Polícia Militar (entrou para a reserva, a aposentadoria dos militares, em 2011), Sales passa a comandar a Secretaria Municipal de Segurança em substituição ao coronel Eli Nepomuceno, de quem é adjunto e que sai da Prefeitura por motivos de saúde. Para a função, o militar aposentado afirma que pretende dar uma ação mais “operacional” à Guarda, para aumentar a sensação de segurança.


“É preciso deixar claro o importante trabalho que o coronel Eli Nepomuceno vem desenvolvendo. É um homem muito competente e que fez um grande serviço. Trabalho com ele há décadas, desde a nossa passagem pelo 17º Batalhão, em Mogi. Ele está de saída para tratar de um assunto de saúde dele. Eu fico na Secretaria focado em cuidar de assuntos importantes como o armamento dos agentes, ampliação da atuação da Guarda, Defesa Civil e Departamento de Fiscalização”, disse Sales à reportagem, ontem pela manhã.

Uma das primeiras ações dele como secretário, conforme comentou a O Diário, é criar as patrulhas específicas. São equipes que vão atuar na área rural e nas imediações de escolas municipais. “É a minha intenção criar a patrulha rural e a escolar porque são duas demandas importantes, sobretudo, para ampliar a sensação de segurança em área mais afastadas (perto das propriedades agrícolas) e das escolas municipais (para evitar tráfico de drogas). Outra coisa que quero implantar definitivamente é o serviço rotineiro durante a noite da Guarda Municipal. As pessoas querem ser protegidas, não importa se pela Polícia Militar, Civil, Federal, Exército ou Guarda Municipal. Apesar de não ser nosso papel desempenhar a segurança pública, isso cabe ao Estado, nós, como Prefeitura, podemos auxiliar de diferentes formas. Uma delas é, dentro do Pacto da Segurança, ter uma atuação mais ampla e intensa”, disse.

A previsão é de que as patrulhas da Guarda Municipal Escolar passem a atuar com a volta das aulas do próximo ano letivo. Já as rurais estão programadas para até o final do 1º semestre.

Armamento
Está em fase final o processo de repasse de 60 pistolas semiautomáticas .380. Elas são da Polícia Civil e serão repassadas à Guarda. O objetivo é de que, após a avaliação psicossocial – que deve acontecer neste semestre – e os treinamentos de tiro, os agentes possam atuar armados até o final de 2017. “Alguns já trabalham armados. Eles têm porte de arma e autorização na Justiça. A expectativa é de que trabalhem assim até a definição de quem são os agentes que vão trabalhar armados. A partir daí, aqueles que trabalham com as próprias armas vão receber as armas da Guarda para exercer a função. Outra coisa é substituir aqueles que saíram por aposentadoria. De junho para cá foram 12. Se possível, dependendo do orçamento, podemos tentar admitir mais alguns agentes. Pelo estatuto, podemos ter até mil agentes”, disse. Hoje, são 273 guardas municipais.

Confusão
Depois do fechamento temporário dos bares Amarelinho e do Eugênio, nas imediações da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) por supostos transtornos à vizinhança, o secretário-adjunto Sales afirma que a fiscalização será reforçada. “Não é possível permitir que estabelecimentos que não estejam em dia com a documentação e causem impacto à vizinhança funcionem. Meia dúzia de pessoas fecha a razão e para tudo, com som alto, e atrapalham o sono de muitos trabalhadores. O mesmo vale para as igrejas evangélicas. A impressão é que alguns ‘pastores’ acham que Deus é surdo, gritam vários e vários decibeis, mas Ele não é”, concluiu.

Perfil
Paulo Roberto Madureira Sales, de 61 anos, tem 37 anos de atuação na Polícia Militar, seis deles como comandante do 17º Batalhão Metropolitano da PM (17º BPM/M), em Mogi das Cruzes. Há quatro anos, Sales está como secretário-adjunto de Segurança municipal e é o coordenador da Guarda. Ele destaca o novo trabalho operacional dado à Guarda. “É preciso haver uma referência na Guarda. As pessoas precisam saber que ela têm status de força de segurança e que podem contar com ela num momento de dificuldade”, disse o coronel à reportagem.

Fonte:O Diário de Mogi