domingo, 20 de novembro de 2016

Golpes bancários são frequentes

CIDADES
Golpes bancários são frequentes

 19 de novembro de 2016  Cidades  
A maior parte dos golpes é praticada com cartões ou em transações bancárias, segundo apura a 
A maior parte dos golpes é praticada com cartões ou em transações bancárias, segundo apura a Polícia Civil de Mogi / Foto: Divulgação
Polícia Civil de Mogi / Foto: Divulgação

LUCAS MELONI

Se você tem cartão de crédito e costuma utilizá-lo em lojas físicas, saiba que há um novo golpe aplicado em larga escala pelo Estado de São Paulo que envolve este tipo de pagamento. Alguns lojistas mal intencionados copiam o código de segurança (de três dígitos, localizado na parte de trás da tarjeta) para que possam fazer compras pela internet, já que esta é a única medida de proteção solicitada por todas as empresas que fazem vendas virtuais. É preciso ter atenção para não se tornar mais um número estatístico nas contas da Polícia Civil. Investigadores de Mogi das Cruzes têm fechado o cerco a golpistas na Cidade. Boa parte dos casos envolve transações financeiras / bancárias. A maioria das vítimas está na terceira idade. Os idosos são mais enganados, sobretudo, quando o assunto é crédito consignado.
A cada nova semana surgem diferentes golpes pelo País. Os bandidos tentam sempre estar à frente das polícias e da Justiça e, algumas vezes, conseguem. Dois grandes casos envolvendo lotéricas chamaram a atenção em Mogi das Cruzes nos últimos três anos. Em 2013, um comerciante caiu em um ao tentar comprar uma “concessão” de lotérica na região central de Mogi. Ele perdeu R$ 16 mil. Segundo o homem, o que mais o surpreendeu, foi que o grupo sabia detalhes muito técnicos sobre equipamentos, serviços e sistemas de atendimentos praticados e fornecidos pela Caixa Econômica Federal (CEF), gestora da rede de lotéricas. Pelo menos dois homens foram presos.
Há alguns meses, a gerente de uma lotérica, também no Centro, teve um prejuízo de R$ 53 mil. Bandidos ligaram para o local e disseram a ela que eram da CEF e precisavam orientá-la sobre a mudança de equipamentos. Com a justificativa de que faziam testes, os criminosos desviaram o dinheiro para diversas contas da Caixa em pequenos municípios do Ceará. Os valores, que giravam entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, foram sacados em minutos.
Os principais casos de golpe, segundo a Polícia Civil de Mogi, envolvem transações financeiras, explica o delegado titular do 1º Distrito Policial (DP), Argentino da Silva Coqueiro. A maioria das vítimas é de idosos. “Há muitos problemas relacionados, sobretudo, a empréstimo consignado (com desconto em folha de pagamento / aposentadoria). Alguns idosos fazem os contratos e pensam parcelas de R$ 300,00, mas acabam pagando R$ 550,00, mais do que a metade da renda de muitos deles. Outros alegam que não contrataram os empréstimos. Há ainda os casos de aposentados que são enganados por golpistas que trocam os cartões e os fazem digitar nos caixas, como se fossem ajudá-los a concluir as transações, mas ficam com o dinheiro deles”, alertou. Há um levantamento específico sobre casos de estelionato envolvendo idosos como vítimas feito pela Delegacia do Idoso. Os dados podem ser conferidos em reportagem nesta página.
Uma nova modalidade de crime que tem crescido é o uso indevido de cartões de crédito de terceiros. A Polícia Civil na Grande São Paulo já prendeu alguns lojistas acusados de anotarem os códigos de segurança dos cartões de crédito dos clientes para fazerem compras pela internet. “Os mal intencionados vão lá, têm o registro do número do cartão, anotam o código de segurança e compram pela internet, onde os mecanismos de segurança são muito limitados. Eles chegam até a alugar casas na periferia para receberem os produtos e despistar possíveis investigações. A sugestão é sempre tentar pensar um passo a frente dos bandidos. É melhor colocar um adesivo em cima dos números. Para quem não faz compra online, apenas raspe o código. É mais seguro”, afirmou Jorge Lordello, especialista em segurança pública e particular.
O cuidado vale também para quem usa cheque. Um supervisor de vendas, de 61 anos, que não terá a identidade reveleada, é correntista de um banco no Centro de Mogi e teve problemas, em agosto passado, com uma folha de cheque de um talão antigo, não assinada por ele, no valor de R$ 1 mil. “Fui pego de surpresa. Era um talão antigo, que eu nem usava mais. Vi que havia um cheque, de R$ 1 mil, endereçado a uma loja (de material de construção) que eu não conheço. A assinatura não era minha. O banco acabou ressarcindo e deixei a história para lá, mas passei a monitorar mais para evitar outros problemas”, disse à reportagem.
Os clientes dos bancos precisam estar atentos porque nos terminais de auto atendimento há muitas armadilhas. Bandidos colocam linhas e prendedores nas entradas de envelopes de depósito para impedir que os valores sejam depositados. Eles acabam recuperando os papeis e ficam com o dinheiro. “Alguns vão além e mexem até nos telefones de emergência das agências. Se a pessoa suspeita e faz a ligação, eles atendem a vítima e tentam terminar o golpe por telefone”, acrescentou Coqueiro.
Vírus espalhados pela internet são armas também para conseguir dados bancários. É preciso ter cuidado ao baixar arquivos como músicas, filmes e séries porque muitos deles têm programas maliciosos para captura dessas informações.

fonte:O Diário de Mogi