A Revolução Constitucionalista de 1932
Voluntário paulista da Revolução Constitucionalista (Foto: Wikipédia)
No dia 9 de julho de 1932, soldados paulistas deram início ao maior conflito armado no Brasil. Cerca de 135 mil homens se revoltaram contra o governo federal, comandado pelo ditador Getúlio Vargas, em uma mobilização de proporções históricas que ficou conhecida como Movimento Constitucionalista. Os paulistas exigiam que o país aprovasse uma Constituição e fosse mais democrático.
Em 1930, Vargas havia tomado o poder do presidente eleito naquele ano, Julio Prestes, instaurando uma ditadura no país e dando fim à República Velha.
Uma dos principais pivôs do conflito foi a sensação de perda de poder da classe dominante de São Paulo, que passou a exigir mais participação no governo federal.
Getúlio, em resposta, negou-se a dividir o poder com os paulistas e ameaçou nomear um interventor de fora para governar o estado. Os paulistas se revoltaram e pegaram em armas, colocando o estado contra o resto do país.
O conflito armado durou três meses e deixou quase 900 soldados paulistas mortos, quase o dobro das perdas da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. O desequilíbrio entre as forças governistas e constitucionalistas era enorme.
Embora o movimento tenha originado de reivindicações da classe dominante paulista, acabou atraindo a participação popular. Jornais e emissoras de rádio do estado faziam campanha pela revolução.
Os paulistas foram derrotados, mas o movimento não foi em vão. Levou à convocação da Assembleia Nacional Constituinte dois anos depois. Até hoje, a importância da Revolução de 32 é um dos fatos históricos menos analisados do país. Os livros didáticos ainda trazem pouca informação sobre o ocorrido, geralmente sob a ótica getulista.
Fonte:Jornal Impresso Brasil