sexta-feira, 7 de junho de 2013

Música e cinema Roda de Choro do Seu Julinho exibe documentário sobre a vida de Gunai

Música e cinema
Roda de Choro do Seu Julinho exibe documentário sobre a vida de Gunai
Além da música, o tradicional encontro de músicos de Mogi vai trazer hoje um curta-metragem sobre o cantor mogiano
Maria Regina Almeida
Da Reportagem Local
Divulgação

O músico mogiano Luiz Grecco, conhecido como Gunai, estará hoje na Roda de Choro do Seu Julinho, no Casarão do Carmo
A Roda de Choro do Seu Julinho, que ocorre todas as quintas-feiras no Casarão do Carmo, em Mogi das Cruzes, terá uma atração especial hoje, quando será exibido o documentário "Gunai, o Velho Boêmio", um músico da velha guarda que deixou a sua história registrada nas noites mogianas. O encontro terá a participação de Gunai, de 74 anos. Após a exibição do curta-metragem, terá início a tradicional roda de choro.

O Casarão do Carmo está localizado na rua José Bonifácio, 516, no centro. O evento começa sempre às 18 horas, é gratuito e aberto ao público, tanto para quem quiser tocar quanto apenas prestigiar. Os interessados em tocar devem levar o seu instrumento e entrar na roda. Informações: 4725-3448. 
Com duração de 25 minutos e direção de Pedro Abib, o curta-metragem conta a trajetória do cantor e boêmio mogiano Luiz Grecco, conhecido como Gunai. O apelido foi dado por um amigo durante uma partida de futebol, no antigo campo do Comercial, próximo onde é hoje o Corpo de Bombeiros. Na tentativa de apartar uma briga, Gunai conta que acabou batendo e apanhando e, no final, ganhou o apelido, que ele até hoje não sabe ao certo o que significa. "Parece que tem a ver com uma palavra japonesa que, traduzida, quer dizer perigo".

Munido de um pandeiro e da sua voz, Gunai sempre foi presença importante em serestas e rodas de choro de Mogi, tocando sambas-canção e chorinhos e, assim, ajudou a preservar esses ritmos musicais. "Em Mogi, não tem um jardim ou praça onde eu não cantei um samba", conta Gunai, referindo-se à época em que era chamado para cantar em bares, bailes, casas de famílias e áreas públicas. As suas apresentações, porém, não se restringiram apenas a Mogi. "Também toquei e cantei muito em Poá, Suzano e Ferraz. Hoje, só ficaram as lembranças, como diz a letra de um samba: ´A vida é um segundo que se esvai´", diz o cantor, entoando a canção.

Durante muitos anos, Gunai frequentou a Barbearia do Seu Julinho, no bairro do Shangai, onde, às quintas-feiras, o dono do espaço, o seu Julinho, fechava o local para os clientes e abria para um grupo de músicos para uma roda de choro. O encontro atraía também pessoas que gostavam desse ritmo musical. Por causa do seu Julinho, já falecido, a tradição se mantém até hoje.

O músico Paulo Henrique da Silva, conhecido como PH, um dos atuais organizadores da roda de choro, disse que vale a pena conhecer a história de Gunai. "Ele atravessou várias gerações, sempre cantando. É uma referência musical da velha guarda, além de ser uma figura pitoresca, carismática e muito admirada na cidade", destaca PH, que toca bandolim nos encontros. 
A exibição de hoje, segundo a Secretaria Municipal de Cultura de Mogi das Cruzes, inaugura uma série de documentários, que será de grande importância às novas gerações para que possam compreender um pouco mais da história cultural da cidade.

Fonte:Mogi News