Cemitério do Doutor Arnaldo serve de refúgio para usuários de drogas
Mogi News constatou que o local, em Jundiapeba, está abandonado e repleto de mato entre as sepulturas
Luana Nogueira
Da Reportagem Local
Erick Paiatto
O cemitério do Hospital Dr. Arnaldo, em Jundiapeba, não conta com portões e o acesso é livre; o mato toma conta do local
A situação de abandono do cemitério do Hospital Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcanti pode ser vista por toda a parte da área que por muitos anos recebeu os corpos de pacientes mortos com hanseníase da unidade. O espaço, que fica na estrada das Varinhas, em Jundiapeba, chama a atenção das pessoas que passam pelo endereço. Os moradores do entorno reclamam que o lugar que seria de "descanso" para os mortos, tem se tornado refúgio para usuários de drogas.
Para entrar no cemitério não é preciso se identificar e nem seguir horários. O lugar não conta com portões e o acesso é livre pelas cercas e muros quebrados. O mato já tomou conta da área e os túmulos ficam escondidos no meio da cena de abandono. O ajudante-geral, Alex Júlio Wildmann, de 23 anos, disse que há muitos anos o local está esquecido. "Lembro de passar aqui com sete anos de idade e o cemitério já estava em situação precária. Faz muito tempo que precisa de reparos", avaliou.
Ele contou que além da situação precária em que o cemitério se encontra, muitas pessoas se aproveitam disso para usar drogas. "Criminosos roubam pelo bairro e vêm o cemitério para se esconder. Já vi pessoas até fazendo sexo lá", acrescentou. O ajudante-geral pede que o lugar passe por uma manutenção. "Ele precisa ser arrumado, faz muitos anos que ele está nesta situação", ressaltou.
A dona de casa, Joserlandyr Maria Pereira Gomes de Barros, 33, acredita que o local deveria receber mais cuidados. "As pessoas que foram enterradas lá eram doentes. Falam até que o solo está contaminado, mas não sabemos se é verdade", disse.
Ela lembrou que pelas condições em que o cemitério está hoje, nenhuma família pode visitar os parentes que estão enterrados lá. "Não é possível nem limpar os túmulos. Está tudo sujo e largado. É preciso um pouco mais de respeito com as pessoas que estão enterradas. Os cemitérios da cidade são todos arrumados só este está nessa situação precária", ressaltou. Joserlandyr destacou ainda que o espaço faz parte da história da cidade. "É muito antigo e por isso mesmo deveria ser cuidado", avaliou.
Por meio de assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Saúde, o Hospital Doutor Arnaldo Pezzutti Cavalcanti informou que o cemitério está desativado há 35 anos. Porém, o hospital continua realizando constantemente a manutenção do local, o que inclui a limpeza da área e o corte da vegetação. Vale ressaltar que, por ser um local público e aberto à população, eventualmente é usado por cidadãos para rituais religiosos. Porém, nos casos de avarias, imediatamente os reparos são providenciados. Portanto, de maneira nenhuma é verdadeira a informação de que o cemitério esteja "abandonado".
Fonte:Mogi News