sexta-feira, 1 de junho de 2012

Em falta Cidade tem déficit de 20 médicos


E o concurso público poderá não ser suficiente para preencher todas as vagas que ainda estão abertas
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Marcelo Alvarenga/CMMC

O déficit de profissionais no quadro da rede municipal de saúde foi discutido ontem em audiência pública realizada na Câmara Municipal
A Secretaria Municipal de Saúde necessita com urgência de 15 a 20 médicos, em sua maioria com especialização em ginecologia e clínica médica, para trabalhar numa das 22 Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou postos do Programa Saúde da Família. O déficit de profissionais no quadro da rede municipal, apresentado ontem pela Prefeitura em audiência pública na Câmara Municipal, foi considerado alto por integrantes da Comissão Permanente de Saúde, uma vez que, segundo eles, este seria o motivo da espera de mais de 45 dias por uma consulta na rede municipal. 
Segundo dados da própria Prefeitura, ao todo, são 325 médicos, entre os quais 205 são da própria administração municipal e outros 120 contratados por organizações sociais que prestam serviços nos PSFs e clínicas de especialidades. 
"O salário oferecido (em torno de R$ 4,5 mil por 20 horas semanais trabalhadas) é muito pouco e não há um plano de carreira para estes profissionais, que, então, acabam atraídos para outros empregos", pontuou o presidente do grupo de vereadores, Francisco Moacir Bezerra de Melo Filho (PSB). 
"A Prefeitura precisa promover um contra-ataque urgente. Principalmente, cobrando mais das prestadoras de serviços que têm de repor pessoal o mais rápido possível. Ficar 45 dias sem médico em um posto de saúde é inaceitável", completou o vereador Mauro Araújo (PMDB). 
O secretário municipal de Saúde, Paulo Villas Bôas de Carvalho, admitiu que a falta de profissionais tem prejudicado no tempo de agendamento das consultas e prometeu resolver o problema ainda neste ano. "Realizamos um concurso público e estamos em processo de contratação. Talvez nem todas as vagas sejam preenchidas, mas uma boa parte delas sim", afirmou.


Contudo, Carvalho descartou a possibilidade de promover reajuste salarial para a categoria neste mandato. "Não temos orçamento para isso, neste ano. Mas há um trabalho para melhorar as condições de trabalho. É sabido que não se faz medicina sem médico. Mas também não se faz medicina sem paciente nem com falta de infraestrutura para atendimento. Nosso trabalho à frente da Secretaria é oferecer um conjunto de medidas: condições de trabalho e profissionais qualificados. Mas tudo isso não é possível se não houver paciente também para atendimento", queixou-se. 


Faltas
O secretário de Saúde se refere ao índice de faltas de pacientes às consultas que, nos últimos meses, chegou a até 35% dos cerca de 38 mil agendamentos feitos nos postos de saúde. 
Como exemplo, o secretário-adjunto da Saúde, Marcello Delascio Cusatis, citou o atendimento no decorrer dos últimos quatro meses: "De janeiro a abril foram agendadas 122.145 consultas e 35.036 pacientes não compareceram e nem avisaram com antecedência. Ou seja, quase 8 mil faltas por mês, é um índice ainda mais preocupante, porque médico a gente contrata, mas se o paciente não vai, fica outro à espera e a fila nunca diminui", completou.


Segundo o adjunto, no segundo semestre deve ter início o processo de confirmação de consultas via mensagem de celular, o chamado sistema SMS. "É uma medida que esperamos, vai reduzir o absenteísmo em pelo menos 20%".


Fonte:Mogi News