quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sob pressão, senador sai do DEM


BRASÍLIA

Pressionado pela cúpula do Democratas e por denúncias, o senador Demóstenes Torres (GO) pediu no final da manhã de ontem sua desfiliação do partido. Com a iniciativa, Demóstenes antecipou-se à decisão do partido de abrir um processo que fatalmente levaria à sua expulsão do DEM. O senador é acusado de ser sócio do empresário do ramo dos jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal.


Em carta de duas páginas, entregue em mãos por um assessor ao presidente do partido, senador José Agripino (RN), Demóstenes discordou "frontalmente" da afirmação de que se desviou de forma reiterada do programa partidário, motivo que o DEM alegou para cobrar sua saída do partido.


"Assim, embora discordando frontalmente da afirmação de que eu tenha me desviado reiteradamente do Programa Partidário, mas diante do pré-julgamento público que o Partido fez, comunico a minha desfiliação do Democratas", afirmou ele, que desde a semana passada não aparece no Senado para registrar presença.


Na saída do encontro com Agripino que selou a saída de Demóstenes do partido, o líder da bancada da Câmara dos Deputados, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que o caso é um "assunto superado" dentro do partido. "A gente não passa a mão na cabeça de quem erra. Se ele não tivesse pedido para se desfiliar, certamente seria expulso. Não temos nenhum problema em cortar na própria carne".


O presidente do DEM afirmou que o partido não vai recorrer à Justiça para reaver o mandato do ex-líder da bancada Demóstenes Torres (GO). "O partido não tem argumento para a demanda", afirmou Agripino, para quem caberá ao Conselho de Ética do Senado decidir sobre a perda do mandato do senador goiano.


Na carta de saída, Demóstenes alegou que sua saída ocorreu por "justa causa". O partido sustenta que ele teria se desviado de forma reiterada do programa do partido. Dessa forma, a legenda não poderia pedir o mandato de Demóstenes de volta.


Ontem o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), indicou o nome do colega Wellington Dias (PI) para ser presidente do Conselho de Ética. Se aceito, Dias seria responsável por conduzir o processo de quebra de decoro parlamentar contra Demóstenes, pedido na semana passada pelo PSOL.


O conselho se reúne na próxima terça-feira para eleger seu presidente. Caberá ao escolhido dar prosseguimento à representação feita pelo PSOL. Pela proporcionalidade das bancadas do Senado, a indicação para o conselho cabe ao PMDB. O partido dá mostras que não vai abrir mão para o PT.


"Preferencialmente a vaga é do PMDB, mas nós vamos consultar a bancada, o presidente (José Sarney) e os outros líderes. Pelo menos já há uma sugestão de nome", afirmou Renan, referindo-se a Wellington Dias.


O líder peemedebista disse que ainda tem "muito tempo" para discutir o nome do candidato. Renan não quis responder a perguntas dos jornalistas sobre se tem encontrado dificuldades para encontrar um nome dentro da sua bancada para o cargo.


Fonte:O Diário de Mogi