terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Investigação Deputado quer CPI para hospital


Deputados encontraram divergências entre informações da Secretaria de Saúde e do Hospital do Câncer
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Divulgação

Parlamentares visitaram o Hospital do Câncer ontem. Com isso, puderam conhecer toda a estrutura e o atendimento aos pacientes
O deputado estadual Luiz Carlos Gondim Teixeira (PPS) prometeu apresentar nos próximos dias, na Assembleia Legislativa, um pedido de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de fraudes feitas pela Secretaria de Saúde contra o Hospital do Câncer "Dr. Flávio Isaías Rodrigues" de Mogi e da possibilidade de transferir o atendimento dos pacientes do município e região para outros hospitais na capital, além do Luzia de Pinho Melo, no Mogilar. Na avaliação de Gondim, que ontem esteve no Hospital do Câncer acompanhado do presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, Marcos Martins (PT), há "graves e grandes divergências" entre o relatório preliminar elaborado por técnicos do governo do Estado e o atendimento prestado pela unidade mogiana aos pacientes com câncer. 
"Pelo que vimos aqui, hoje, não há fraudes ou qualquer outra irregularidade. Ao contrário. Mais de 85% dos pacientes atendidos fazem tratamento pelo Sistema Único de Saúde porque não têm condições, enquanto 15% são pacientes conveniados ou particulares. Não há indícios ou provas de fraudes e o que é pior, não houve, por parte da secretaria, nenhum demonstrativo das tais irregularidades. A impressão que dá é que há má vontade por parte do Estado; a pretensão de promover a ´empurroterapia´, isto é, empurrar o serviço e o tratamento de câncer para outro lugar, o que vai prejudicar e muito os pacientes de Mogi e região. A Secretaria de Estado da Saúde não pode ter essa postura e a CPI seria o ideal para descobrir o que está por trás disso tudo", criticou Gondim. 
O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, deputado Marcos Martins, também se surpreendeu com as divergências de informações prestadas pela Secretaria de Saúde e pelo Hospital do Câncer, porém, é mais comedido quanto à criação de uma CPI. "É uma situação grave, sem sombras de dúvidas, especialmente pela situação descrita pela Secretaria de Saúde e que nada tem a ver com a realidade do Hospital do Câncer de Mogi. Contudo, a instauração de uma CPI depende de uma série de fatores, como aprovação dos demais deputados e precisa ser embasada por fortes argumentos que justifiquem sua criação. Por isso, vamos apurar primeiro, mas nada impede o deputado de colher assinatura dos colegas e pedir a CPI", comentou Martins, que convidou o diretor e fundador do Centro Oncológico e Hospital do Câncer, Flávio Isaías Rodrigues, para prestar esclarecimentos em audiência na Assembleia Legislativa. "Se, durante o encontro, os deputados acharem pertinente criar a CPI, isso será feito, mas, de antemão, não posso garantir nada", reforçou Martins.


Os demais deputados estaduais, integrantes da Comissão de Saúde, assim como da Frente Parlamentar do Alto Tietê não participaram da visita.


Fonte:Mogi News