terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Caso Grazielly Padrinhos contradizem depoimento de adolescente que atingiu menina

José e Ana Júlia Cardoso afirmaram que o afilhado de 13 anos é que levou o jet ski até à praia sem autorização
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Erick Paiatto

Cardoso teria deixado o afilhado sair com o jet ski
O empresário José Augusto Cardoso e sua esposa e presidente do PSDB de Suzano, Ana Júlia de Campos Cardoso, padrinhos do adolescente de 13 anos que pilotava o jet ski que atropelou e matou Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, no último dia 18, em Bertioga, prestaram depoimento na delegacia do município no último domingo. O casal afirmou que o adolescente é que levou o jet ski até à praia sem autorização do casal, contradizendo o depoimento prestado pelo próprio jovem que apontou Cardoso como dono do veículo. Ana Júlia Cardoso disse à polícia que estava em casa no momento do acidente e que não ouviu seu afilhado, acompanhado de outro adolescente, sair de casa com a embarcação. No entanto, ela afirma que escutou gritos vindos da praia, mas foi impedida de sair de casa porque dois homens armados haviam invadido a mansão em um condomínio fechado na praia de Guaratuba, e ameaçado o caseiro. 
A reconstituição do acidente que estava marcada para ontem foi cancelada a pedido do advogado de defesa da família da vítima, José Beraldo. (Leia mais nesta página)
O delegado responsável pelo caso, Maurício Barbosa Júnior havia informado que o casal seria ouvido a partir de hoje. Para despistar a Imprensa, o depoimento foi antecipado para domingo. No fim da tarde de sexta-feira, o jovem assumiu que deu partida no jet ski e que o veículo pertence ao padrinho José Cardoso. Ele também teria autorizado o jovem a levar a embarcação até à praia, e sua madrinha, Ana Júlia, é que pilotaria o veículo. 
Segundo o advogado de defesa do casal, Francisco Assis Henrique Neto Rocha, no dia do crime, eles saíram de casa para andar de lancha. Quando voltaram, por volta das 16h30, Cardoso não entrou na casa e foi direto para um terreno, no mesmo condomínio, arrumar uma cerca. Já Ana Júlia estava em casa, mas não viu o jovem sair com o jet ski. "O que o afilhado falou no depoimento foi motivado pelo calor das emoções e não condiz com o que aconteceu. O caseiro não desceu o jet ski pra ele. Ele levou o veículo sozinho. Até uma criança de 5 anos consegue mexer no engate e levar com facilidade", disse 
Quanto à responsabilidade solidária do casal no acidente, o advogado disse: "A questão civel eu não discuto, porque isso só o juiz vai decidir se existe ou não responsabilidade e a quem recai. Mas a responsabilidade penal, do crime, do ato infracional, é pessoal. Vai recair sobre o adolescente sim, apesar de ter sido uma fatalidade".


No depoimento, Ana Júlia afirma que eles não prestaram ajuda à família de Grazielly porque, apesar de não ter ouvido o adolescente sair com o jet ski, ouviu os gritos vindos da praia, a mãe do adolescente já havia saído com ele, e ela havia sido surpreendida por dois homens armados que ameaçaram o caseiro.


"Este jet ski foi comprado em Manaus, onde o casal tem uma empresa, e foi trazido para a casa da praia em setembro do ano passado. Só que estava quebrado e nunca foi utilizado. Ficou três meses no mecânico, continuou quebrado. Cerca de 20 dias antes do acidente, passou por nova manutenção e a primeira vez que foi ligado, foi com o adolescente", garantiu o advogado.


Fonte:Mogi News