sábado, 14 de janeiro de 2012

Jundiapeba Famílias terão até 5 anos para deixar casas


Prazo de 30 dias, recebido pelos moradores por meio de notificação, não tem valor legal, segundo o Departamento Jurídico da Câmara Municipal
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Marcelo Alvarenga CMMC

Moradores foram até a Câmara ontem para receber orientações jurídicas e saíram aliviados
Representantes das cerca de 50 famílias que vivem às margens da avenida Guilherme Georgi, em Jundiapeba, e passaram a receber notificações de despejo foram ontem à Câmara Municipal receber orientações jurídicas sobre a situação e saíram tranquilizadas. O Departamento Jurídico do Legislativo, acionado pelo vereador Expedito Ubiratan Tobias (PR), informou que a o documento entregue em todos os imóveis do terreno localizado na altura do número 1.106 da avenida que pede a saída dos moradores em no máximo 30 dias não tem valor legal e uma possível saída será concretizada apenas em quatro ou cinco anos.


Os imóveis são parte de antigas vilas de funcionários da empresa Brasil Viscose, fechada na década de 1970, e conta entre os moradores com ex-operários e seus descendentes. Os atuais proprietários da área, contudo, desejam reaver a propriedade.


Tobias explicou para as quatro representantes que compareceram à reunião que a notificação encaminhada pelas empresas Labor Serviços Gerais e Metal Gráfica Giorgi é um aviso que as companhias vão acionar a Justiça caso as famílias não saiam das casas. "Recebemos o pedido de ajuda e vamos acompanhar para que estas famílias consigam um acordo que as permita continuar onde moram ou que proporcione tempo suficiente para que elas encontrem outro local para viver. Não podemos deixar esses moradores desamparados", destacou o vereador.


Após receberem orientação, os moradores pretendem formar uma comissão e ir a São Paulo discutir um acordo com as empresas proprietárias das áreas.


O vereador revelou, ainda, que faz muitos anos que as empresas não se manifestavam na intenção de reaver a área, mas a valorização do bairro alterou o posicionamento. 
Maria José Mendonça Silva, de 48 anos, vive no terreno há mais de 18 anos e disse ter ficado mais segura após a reunião, mas ainda teme ter de sair às pressas. "Fomos surpreendidos com essa carta, que nos dava 30 dias para deixar as nossas casas. Ninguém tem para onde ir em tão pouco tempo. Os advogados da Câmara nos explicaram que a notificação não é oficial, por isso, vamos negociar um acordo", informou.


Gilmara Alexandrino, 37, destacou que o marido trabalhava na Brasil Viscose e nunca havia se preocupado com a possibilidade de deixar o local onde mora há 15 anos. "Ninguém pode tirar nossa casa do dia para a noite", frisou.


Fonte:Mogi News