quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Senado conclui a votação da DRU

MOVIMENTAÇÃO Com 55 votos favoráveis, 13 contrários e uma abstenção, base aliada beneficiou Dilma


BRASÍLIA
O Senado aprovou ontem, em segundo turno, a emenda constitucional que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2015, garantindo ao Planalto a vitória mais importante do ano no Congresso. Com 55 votos favoráveis, 13 contrários e uma abstenção, a base aliada deu à presidente Dilma Rousseff a prerrogativa de movimentar, como quiser, R$ 62 bilhões no Orçamento do próximo ano.


Foi o desfecho bem sucedido da proposta mais relevante de interesse do governo no Congresso, mas que garantiu momentos dramáticos ao Planalto no último semestre. Nas reuniões com a coordenação política, Dilma era incisiva ao frisar que a prorrogação da DRU era prioridade máxima de seu governo, fundamental para garantir o equilíbrio das contas públicas e o crescimento econômico.


Mas o governo tropeçou na largada, ao enviar a proposta à Câmara somente em agosto, o que levou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a cogitar a autoconvocação do Congresso para concluir a votação da proposta entre os feriados de Natal e Ano Novo. Uma missão quase impossível, que poderia levar à extinção da ferramenta, que perderia a validade no próximo dia 31.


Para assegurar o quorum e os votos favoráveis à matéria, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, intensificou as negociações com os líderes governistas. Na semana passada, não hesitou em sacrificar a votação do Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) na Câmara, item de interesse do Planalto, mas que colocava em risco as relações com os partidos da base aliada e poderia respingar na DRU em discussão no Senado.


Ideli transferiu o gabinete para a Câmara e para o Senado nos dias das votações da DRU em ambas as Casas. Duas horas antes da votação final no Senado, Ideli recebia senadores no gabinete de Romero Jucá (PMDB-RR) na liderança do governo, onde despachou as demandas para o empenho das emendas na reta final do prazo. "Todo final de ano tem liberação de emenda, não fizemos nada além daquilo que é normal acontecer", afirmou Ideli, minimizando as negociações de última hora para garantir votos favoráveis.


Em outra frente, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, era recebida ontem pelo senador José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado. Segundo Gleisi, uma visita para "agradecer" as votações deste ano. Ela negou que tenha abordado, no encontro, a escolha do novo presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O PMDB gostaria de efetivar no cargo o diretor Allan Kardec Duailibe, indicado pelo partido, que responde interinamente pelo comando do órgão.


Fonte:O Diário de Mogi