terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Militares tentam desacreditar egípcios

CAIRO
Na tentativa de esmagar o movimento pró-democracia que quer derrubar os generais que governam o Egito, ontem os militares questionaram a moral de uma mulher detida, acusaram um importante editor de incitar a violência incitamento e atacaram a mídia por supostamente trabalhar para desestabilizar o país.


As críticas do major-general Adel Emara foram feitas durante coletiva de imprensa transmitida para todo o país e ocorreram horas depois de tropas terem invadido a praça Tahrir, aberto fogo e lançado gás lacrimogêneo contra manifestantes. Pelo menos três pessoas foram mortas, elevando o número de vítimas fatais para 14 em quatro dias de conflitos.


Emara, integrante do conselho que tomou o poder após a queda de Hosni Mubarak em fevereiro, defendeu o uso da força contra os manifestantes. "Há um complô metódico e premeditado para derrubar o Estado, mas o Egito não vai cair", afirmou ele.


Episódios de violência têm sido registrados no Cairo desde sexta-feira, quando forças militares, que fazem a segurança do prédio do gabinete de ministros - perto da praça Tahrir -, reprimiram uma manifestação pacífica que já durava três semanas. A praça foi o centro do levante que derrubou Mubarak e continua a ser a base dos atuais movimentos pela democracia.


A ação da manhã de ontem pode ter sido uma tentativa do Exército de manter os manifestantes longe de importantes prédios do governo que ficam perto da praça, dentre eles o Parlamento e o Ministério do Interior, que é responsável pela odiada força policial.

Fonte:O Diário de Mogi