quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Degradação do Taboão Lerário silencia sobre estragos ambientais: "Nada a declarar"

MN tentou de várias formas obter a versão do empresário para os danos ambientais e sociais
Bras Santos
Da Reportagem Local
Adriano Vaccari

Imagem mostra crateras abertas pela exploração constante de areia em propriedade de empresário. Construtora Queiroz Galvão quer instalar um aterro ao lado do terreno
Após passar mais de uma semana procurando Raul Ardito Lerário em Mogi das Cruzes, em São Paulo (na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e até em Pindamonhangaba, e ter feito diversos pedidos de entrevistas com assessores e seguranças, a reportagem do Mogi News localizou ontem na capital o homem que está cedendo dois milhões de metros quadrados para a implantação do aterro sanitário da Queiroz Galvão e que degrada outros milhões de metros quadrados do distrito industrial do Taboão com a exploração de areia.


Reportagem publicada ontem no Mogi News revelou um pouco das "ações" de Lerário no distrito do Taboão e provocou bastante repercussão na cidade. Antes de publicar a reportagem, o jornal tentou de várias formas obter a versão do empresário para os danos ambientais e sociais provocados pelas atividades da família Lerário no extenso distrito mogiano. Ele, entretanto, não se manifestou. 
No início da tarde, no entanto, o Mogi News localizou do "parceiro" da Queiroz Galvão no projeto do aterro regional projetado para a estrada da Aparecidinha, no Taboão. A conversa telefônica foi bastante rápida. Ao saber que se tratava do Mogi News, Lerário, com voz zangada, afirmou: "Não tenho nada a declarar. É com a Queiroz Galvão". 
O jornal explicou que a conversa seria sobre a degradação ambiental nos portos de areia do Taboão e não a respeito do projeto do depósito de lixo: "Não tenho nada a declarar. Passar bem", disse o empresário, que desligou em seguida. 


Reunião
Ele falou de um escritório instalado na avenida Angélica, na capital. O jornal voltou a ligar para o escritório que representaria a mineradora Fiori, instalada ao lado da estrada do Taboão. Uma funcionária disse que Lerário estava em reunião. A reportagem explicou que precisa conversar com o empresário sobre as ações de recuperação ambiental que as mineradoras que ele controla na região do Taboão estão desenvolvendo ou pretendem desenvolver. Mas, até a conclusão da reportagem, ele não retornou a ligação.


De acordo com os levantamentos feitos pelo jornal nos últimos dias, Raul Lerário e outros integrantes da família que têm negócios e propriedades no Alto Tietê, no Vale do Paraíba e também em Minas Gerais podem ser considerados "donos" do distrito do Taboão. Somente Raul Lerário, segundo integrantes do Movimento Aterro Não, seria dono (ou diz ser) de áreas que somariam mais de cinco milhões de metros quadrados. 
A maior delas seria a que foi ofertada à empreiteira Queiroz Galvão, que quer a todo custo instalar um Lixão em Mogi. Lerário controlaria terrenos usados para exploração mineral e outros terrenos que ainda não estão sendo explorados.


Fonte:Mogi News