sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Atraso Movimento conclui parte do relatório contra aterro

Daniel Carvalho

Vocação agrícola do distrito do Taboão será destacada
O relatório técnico elaborado pelo Movimento "Aterro Não", que pontua as razões para barrar o processo de licenciamento de um aterro sanitário no distrito do Taboão, já está parcialmente pronto. O documento que deve ser apresentado ao secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas, como uma complementação ao relatório técnico feito pela empresa Falcão Bauer, contratada pela Prefeitura de Mogi para rebater o EIA-Rima da empreiteira, irá abordar quatro áreas diferentes. 
Os argumentos de engenharia e sociologia histórica já foram concluídos. Agora, parte do grupo trabalha na conclusão do relatório agrícola e o mapeamento das propriedades mais próximas da área do empreendimento. Ainda não há um prazo para que o documento fique pronto, já que nesta etapa final será necessário contar com parcerias para a realização dos estudos. 
O advogado, membro do movimento e presidente da OAB de Mogi, Marco Soares Junior, explicou que o relatório faz parte de uma medida administrativa na tentativa de barrar o aterro. "Esse relatório deve completar a lista de argumentos desfavoráveis ao aterro junto ao estudo técnico encomendado pela Prefeitura. O trabalho ainda está em andamento, mas dois itens já foram concluídos", explicou. O de engenharia, elaborado por Orlando Pozzani Júnior, diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), aponta falhas técnicas do empreendimento enquanto sua construção e o impacto ambiental. O estudo sociológico e histórico, feito pelo historiador Mário Sérgio de Moraes, mostra o impacto social do empreendimento, já que o distrito tem em sua histórica vocação para a produção agrícola. 
Este último item será abordado especialmente em um capítulo que está sendo produzido pelo presidente da Associação de Moradores e Produtores do Distrito do Taboão, Silvio Marques, que irá detalhar e quantificar a produção agrícola do distrito, além de detalhar o espaço utilizado para a produção de leite (o que inviabilizaria a instalação do aterro, já que há risco de contaminação do solo). Marques também está fazendo um mapeamento de todas as propriedades existentes em um raio de dois quilômetros no entorno da área onde se pretende instalar o aterro. "No EIA-Rima, a Queiroz afirma que não há propriedades neste raio, e é mentira. Vamos mapear e mostrar tudo isso no relatório. Esta parte só não ficou pronta ainda porque dependo de equipamentos e estrutura cedida pela Secretaria Municipal de Agricultura para fazer o levantamento", afirmou. (J.S.)


Fonte:Mogi News