sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Aldo nega convênios com ONGs


MUDANÇA Rebelo confirmou que fará alterações na sua equipe


BRASÍLIA
O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou que não pretende fazer novos convênios com organizações não governamentais (ONGs). Em entrevista na Câmara dos Deputados ontem à tarde, ele afirmou que a intenção é firmar parcerias com órgãos públicos, como prefeituras. A decisão não se restringiria ao Programa "Segundo Tempo". "Como ministro, no Ministério, não pretendo fazer convênios com ONGs", disse Aldo Rebelo.


Os convênios com esse tipo de entidade estão por trás da queda de Orlando Silva. Fraudes em contratos e denúncias de desvios de recursos tornaram a situação do ex-ministro insustentável e levaram à sua queda na noite de ontem.


Antes de sair do governo, Orlando Silva já tinha anunciado o fim de convênios com entidades dentro do Programa "Segundo Tempo", mas agora Rebelo fala em ampliar essa restrição para todas as áreas do Ministério. O novo ministro afirmou não saber se é possível suspender os convênios em vigência, mas reiterou que a intenção é daqui para frente firmar parcerias apenas com outros órgãos públicos.


Ele comentou ainda a questão da meia-entrada para estudantes na Copa do Mundo. Ressaltou ter iniciado sua carreira política no movimento estudantil e diz ser favorável ao benefício. Ressaltou, porém, que pretende defender a posição do governo em relação à Lei Geral da Copa. O governo federal tem defendido deixar esse tema para ser debatido diretamente entre Fifa e Estados e municípios que têm leis sobre o assunto.


Rebelo afirmou que as mudanças que pretende fazer na Pasta não significam "condenação" de quem for afastado. Ele confirmou em entrevista coletiva que fará alterações na equipe, mas usou um tom ameno em relação aos servidores que devem ser afastados de suas funções.


"Certamente que haverá mudanças e as competências que lá estão e que tenham correspondido a suas atribuições serão mantidos. Os que serão mudados serão pelo critério da mudança pessoal, da mudança técnica. A mudança não significa a condenação de ninguém", disse o novo ministro.


Rebelo afirmou ter almoçado na residência de seu antecessor, Orlando Silva, para se inteirar dos assuntos do Ministério. Afirmou que não houve qualquer recomendação da presidente Dilma sobre a relação com a Fifa. "Não houve recomendação. Creio que o relacionamento deve ser de praxe. A Fifa tem uma responsabilidade, o governo tem a sua e trabalharão naturalmente levando em conta a cooperação necessária e a independência".


O novo ministro disse ainda não acreditar em ressentimento por ter presidido uma CPI que investigou a CBF entre os anos de 2000 e 2001. Nos últimos anos o agora ministro aproximou-se de Ricardo Teixeira e é um dos interlocutores do cartola no Congresso.


Sobre as doações recebidas de patrocinadores da Confederação Brasileira de Futebol, demonstrou naturalidade. "Não tem problema nenhum um banco ou uma empresa dessa anunciar em rádio, TV e jornal, ser parceiro da CBF e da Fifa e, se houve qualquer contribuição, pode ser que tenha, não atingiu e não atingirá de qualquer forma a minha independência".



Fonte:O Diário de Mogi