Vândalos atacam mais uma creche

Alexandre Barreira
Mais uma creche de Mogi das Cruzes teve os cadeados bloqueados com cola para impedir a entrada de crianças ontem pela manhã. Desta vez, o alvo dos vândalos foi o Centro de Convivência Infantil Municipal "Itamar Alves dos Santos", onde funciona a Creche Doce Lar, na Vila Brasileira. Assim como já havia ocorrido na unidade 2 da Creche Sementes do Amanhã, na Vila Lavínia, cola foi aplicada nos cadeados do portão da escola no final de semana.


No entanto, prevendo o possível ataque na unidade, as administradoras da creche da Vila Brasileira deixaram um dos portões do local fechado apenas com um pedaço de arame, facilitando assim a entrada das crianças.


Mesmo com esta providência, a creche foi alvo de protesto do Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviço em Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Áreas Verdes e Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade, que realizou uma manifestação com carro de som em frente à creche, na manhã de ontem, justamente no horário de entrada das crianças. "Muitas ficaram assustadas, choraram. Creio que este tipo de atitude não é a correta, principalmente na nossa porta. O que ocorre, na verdade, é que estamos no meio de uma briga entre sindicatos", afirmou Marcela Rocha, uma das administradoras da Creche Doce Lar.


Célia Pires, que também administra a creche na Vila Brasileira, destacou que um Boletim de Ocorrência (B.O.) será registrado na delegacia sobre o vandalismo sofrido pela escola. "Lamentamos que a situação tenha chegado a este nível. Além disso, é possível identificar os autores do vandalismo porque o sistema de câmeras do local registrou toda a ação, que ocorreu no final da tarde de domingo", afirmou Célia. "Vamos encaminhar as imagens para a Polícia verificar o que poderá ser feito", completou.


A Creche Doce Lar tem 18 funcionários que atendem 110 crianças, entre 4 meses e 5 anos de idade. Todas estão matriculadas em período integral.




Mães


Algumas mães de crianças matriculadas na Creche Doce Lar, na Vila Brasileira, lamentaram o episódio ocorrido na manhã de ontem na porta da escola. "Tomamos um grande susto quando vimos a movimentação com carro de som e polícia perto da creche. A minha filha não queria entrar e, depois de muita conversa, é que consegui convencê-la", afirmou Adriana dos Santos. "Muitas crianças estavam chorando. Acho que é muita coincidência duas creches particulares serem atacadas desta forma, com cola nos cadeados. Acho que há gente agindo de má fé e prejudicando quem não tem nada a ver com a história", completou.


Para Rosana Matos da Cruz Silva, que tem um filho na creche há um ano e meio, foi muito assustador para os pais e as crianças verem o carro de som e toda a movimentação na frente da escola. "Alguns pais e até um avô chegaram a deixar as crianças na creche pelo portão lateral, mas depois de um tempo voltavam para o local para ver se estava tudo bem. Acho que este tipo de manifestação não pode acontecer quando crianças estão envolvidas", afirmou.


Fonte:O Diário de Mogi