terça-feira, 2 de agosto de 2011

Flanelões poderão ser cadastrados

PROBLEMA Flanelões atuam na região central da Cidade e causam transtornos a lojistas e comerciantes


Renato de Almeida



Os lojistas e frequentadores de estabelecimentos comerciais da região central de Mogi das Cruzes deverão ser os principais beneficiados, caso seja concretizado um projeto de lei para que os guardadores de carros, conhecidos como flanelões, tenham de ser cadastrados pela Prefeitura para trabalhar. A proposta é do vereador Expedito Ubiratan Tobias (PR), a ser apresentada neste mês na Câmara Municipal, na forma de indicação de projeto de lei à Administração Municipal. Entretanto, o prefeito Marco Bertaiolli (DEM) já adiantou que é a Polícia Militar a responsável por fazer esta fiscalização.


Para a presidente interina da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC), Tânia Fukusen, os serviços dos flanelões são desnecessários e causam transtornos. "Nos lugares onde há estacionamento rotativo, por exemplo, não existe necessidade de ter flanelões. Isso porque os mogianos já pagam por este serviço. Entretanto, é uma realidade de Mogi que estas pessoas estejam espalhadas pelas principais regiões do Município e, já que este tipo de atividade existe, é melhor que estas pessoas sejam devidamente cadastradas, para sabermos quem elas são. Mas é fundamental que exista fiscalização, para que os cidadãos se sintam seguros e tenham seus direitos protegidos", avalia.


Perguntado sobre a existência destes trabalhadores pelas ruas mogianas e sobre qual seria a solução mais adequada, Bertaiolli foi enfático. "Está é uma questão de polícia. E quem deve dar uma solução é a própria polícia", declarou, na tarde de ontem, durante evento no Ginásio Municipal de Esportes.


A resposta do chefe do Executivo se baseia no fato de que a atuação destes guardadores de carro, realmente, tem ligação com ocorrências criminosas, segundo levantamento realizado pela Polícia Militar.


Nesta pesquisa, a Corporação constatou que 40% a 50% dos flanelões já têm passagem pela Polícia, sendo a maioria por furto de veículos. Para o tenente-coronel José Francisco Braga, comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano (BMPM/M), a abordagem da PM aos guardadores tem sido um fator colaborador para a redução de furtos e roubos a automóveis, estando inserida nas ações de policiamento inteligente.


As pessoas que realizam esta atividade, que consiste em cuidar dos carros pedindo dinheiro aos proprietários, começaram a ser monitoradas pela PM nos últimos meses e, de acordo com Braga, houve diminuição dos casos. Foram nove prisões por furto de carro em um intervalo de 40 dias - índice considerado baixo.


A indicação a ser apresentada por Tobias contém um pré-projeto em anexo com sugestões de como regularizar a atividade, como definição de áreas nas quais os flanelões poderiam olhar os veículos, cadastramento daqueles que atuam em um ponto fixo e também a adoção de uniformes. A medida sugere, por fim, que o Município pague um salário a eles e que cada um tenho previamente estipulado seu local de trabalho, para não haver disputas.




 Fonte:O Diário de Mogi