domingo, 21 de agosto de 2011

Estádio pode beneficiar a Região


Alexandre Barreira


A Copa do Mundo de Futebol será realizada no Brasil em 2014, mas as obras de reforma e construção de estádios pelo País afora começam a movimentar a economia e as opiniões sobre os desdobramentos de um dos maiores eventos esportivos para o País. São Paulo foi escolhida como uma das sedes da competição e Itaquera, que faz divisa com a Região do Alto Tietê, prepara-se para receber o estádio do Corinthians.


A obra, orçada em R$ 800 milhões, poderá trazer benefícios para Mogi das Cruzes e cidades do Alto Tietê. De fácil acesso de transporte, como linhas de trem e metrô, de ônibus intermunicipais e até na malha viária, com a Radial Leste, especialistas vêem na realização dos jogos em Itaquera e na construção do estádio uma oportunidade de os municípios da Região crescerem economicamente. Mas para isso, será necessário pensar além de Copa, melhorar a infraestrutura urbana e desenvolver planos para receber os turistas-torcedores que visitarão São Paulo durante o Mundial, e também depois dele, nos jogos do time possuidor de uma das maiores torcidas brasileiras.


O arquiteto Paulo Pinhal, presidente do Colégio de Arquitetos de Mogi das Cruzes, considera interessante a construção do estádio de futebol em Itaquera para a Região. "Claro que haverá impacto significativo na vizinhança e nós vamos sentir isto, com menos intensidade, aqui em Mogi também", afirmou.


Para ele, os setores de hotelaria e serviços serão os principais agentes impactados. "A proximidade de Mogi com Itaquera – questão de 50 km aproximadamente – é uma vantagem. No futuro, se Mogi tiver interesse, tem totais condições de explorar esta questão, principalmente no desenvolvimento turístico", disse


Para o presidente da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Mogi das Cruzes (Aeamc), Nelson Bettoi, haverá um reflexo positivo. "Mas avalio que este reflexo não será tão grande assim como esperamos. A construção do estádio pode gerar uma demanda por mão de obra e os trabalhadores que moram em Mogi das Cruzes ou nas cidades da região do Alto Tietê podem usufruir disso", atestou.


Ele defende a melhoria do setor hoteleiro da Cidade, além de alguns pontos da infraestrutura, como malha viária. "O trânsito seria o principal entrave, mas ainda há tempo para melhorar isto", disse.


A arquiteta Ana Maria Abreu Sandim, vice-presidente do Conselho da Cidade (Concidade), destacou que todas as cidades que recebem grandes competições internacionais têm um grande impacto urbanístico. "Creio que haverá reflexo significativo na Região em torno do estádio, na Zona Leste, na Grande São Paulo. Serão necessárias melhorias no transporte ferroviário, como trem e metrô. Na malha viária, há a demanda da Radial Leste, por exemplo, e os acessos, como as Rodovias Ayrton Senna, Presidente Dutra, e Anchieta e a Avenida Jacu-Pessego", apontou, ressaltando que será o momento de as cidades da Região capitalizarem em cima do turismo.


O jornalista Júlio Moreno, especialista em urbanismo, prevê reflexos importantes com o novo estádio. "Creio que Mogi tem condições de se beneficiar do evento, principalmente para receber os turistas. Será preciso um planejamento urbano para acolher melhor os visitantes e ainda há tempo de se fazer isso".


Fonte:O Diário de Mogi