Ele acredita que obras não sofrerão atrasos em razão de escândalo político em Brasília
Willian Almeida
Da Reportagem Local
Divulgação
As obras em Mogi estão sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Um dos viadutos passará pelo distrito de Jundiapeba
O prefeito em exercício José Antonio Cuco Pereira (PSDB) acredita que as denúncias de um suposto esquema de corrupção no Ministério dos Transportes não devem afetar as obras para a construção de dois viadutos no município, em Jundipeba e Vila Industrial. As obras são de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), órgão ligado ao Ministério e cujo diretor-geral, Luiz Antonio Pagot, foi afastado temporariamente da função.
As denúncias de um esquema de cobrança de propina foram feitas pela revista "Veja" desta semana. Pagot é uma das pessoas apontadas como membro do grupo que agiria ilegalmente dentro do Ministério. Além dele, foram afastados dos cargos: Mauro Barbosa da Silva, chefe de Gabinete do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento; Luís Tito Bonvini, assessor do Gabinete do ministro, e José Francisco das Neves, diretor-presidente da Valec (empresa vinculada ao Ministério e responsável pela construção de ferrovias).
Presidente do partido do ministro, o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR) é apontado como um dos mentores do suposto esquema. Em nota oficial, ele negou todas as denúncias. "Ninguém está autorizado a discutir qualquer contrato público, em nenhum lugar, em nome do Partido da República. Portanto, caso haja esta ocorrência, tal conduta é criminosa e não diz respeito ao PR", diz o documento, que pode ser conferido integralmente no site do partido.
Na manhã de ontem, Cuco comentou o assunto. "Tomei conhecimento sobre o escândalo no Ministério pela Imprensa. Sobre os viadutos que vamos construir, a concorrência já foi fechada e os trabalhos vão começar logo. Não acredito em problemas".
O Ministério deve responder hoje aos questionamentos do Mogi News sobre se os afastamentos e se a sindicância interna que apura as supostas irregularidades pode afetar ou até mesmo paralisar a obra dos viadutos. Apesar de a ordem de serviço já estar assinada, a empresa vencedora da licitação ainda depende da conclusão do projeto executivo das obras de arte para, efetivamente, começar as obras, conforme disse na última semana ao Mogi News o engenheiro responsável pelo contrato, Marcos Rogério de Freitas.
A situação das desapropriações também pode atrapalhar o andamento das obras. Isso porque a Prefeitura de Mogi espera do Dnit a confirmação do firmamento de um convênio que irá autorizá-la a negociar com as 57 famílias que podem ser afetadas. O custo das desapropriações foi bancado por Pagot, recentemente, em visita a Mogi. O valor é de até R$ 15 milhões. (Colaborou Luana Nogueira)
Fonte:Mogi News