quinta-feira, 16 de junho de 2011

Caos: Pacientes renais e oncológicos terão de esperar mais um mês

O Ministro da Saúde disse ontem que ainda vai pensar sobre a retomada dos atendimentos no Centro Oncológico
Noemia Alves E
Larissa Almeida
Da Reportagem Local
Divulgação

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prometeu ajudar o Centro Oncológico de Mogi das Cruzes e os pacientes renais crônicos
O drama dos pacientes de Mogi e região que procuram o Centro Oncológico para tratamento e são encaminhados para São Paulo deve se arrastar por mais um mês ainda. O mesmo deve ocorrer com o reajuste da tabela do SUS destinado às clínicas de nefrologia, que não cobre o atendimento ao paciente renal crônico que precisa de diálise. As informações são do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que recebeu anteontem, o cancerologista e radioterapeuta Flávio Isaías Rodrigues, diretor do Hospital do Câncer Flávio Isaías Rodrigues e do Centro Oncológico, ambos em Mogi das Cruzes, e a médica Altair de Oliveira Lima, diretora do Instituto de Nefrologia de Mogi e Suzano e vice-presidente da Sociedade de Nefrologia do Estado de São Paulo. A audiência contou ainda com o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR), o Boy, e deputado estadual Estevam Galvão de Oliveira (DEM). 
Segundo Rodrigues, o atendimento nas duas unidades de Mogi que atendem pacientes do SUS, poderá ser restabelecido a partir do próximo mês. "O ministro ficou sensibilizado com a situação do Centro Oncológico que desde o dia 1º deste mês não pode atender novos pacientes, pois superou a cota de atendimentos do SUS. São, em média, mil atendimentos por mês e o pleito é para que tanto o Ministério da Saúde quanto o governo do Estado aumentem "o teto" de atendimento SUS para 1,1 mil pacientes por mês. Estamos realizando alguns estudos e talvez antes desse prazo o serviço seja restabelecido".


Até agora, segundo o cancerologista, cerca de 30 pacientes de Mogi e região tiveram de ser encaminhados a hospitais da capital e ainda aguardam por atendimento. No Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) - tido como referência para os casos - a fila de espera por consulta é de até dois meses. 


Nefrologia
A partir do próximo mês, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prometeu que vai trabalhar em prol do reajuste dos valores da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) para a terapia renal substitutiva, segundo informou a médica Altair de Oliveira Lima, diretora do Instituto de Nefrologia de Mogi e Suzano. 
Segundo Altair, o ministro firmou este compromisso depois que ela e os demais profissionais da área de nefrologia apresentaram as dificuldades enfrentadas diariamente para manter um paciente renal crônico na diálise. A médica contou que atualmente, o SUS repassa, em média, R$ 155 para sessão de diálise, mas que essa despesa, na verdade, é de, no mínimo, R$ 193. "Com o repasse maior, as clínicas conseguirão atender melhor os pacientes". 
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, cerca de 50 mil pessoas que sofrem com problemas renais morrem por ano por falta de tratamento. Esta informação também foi discutida com o ministro durante a reunião. 
Altair explicou que o paciente que precisa ser submetido à terapia renal substitutiva ou diálise precisa fazer esse procedimento três vezes por semana, o que é essencial para a sua sobrevivência, pois se trata de pessoas que não têm os rins funcionando mais. "Nessa situação, o paciente terá de fazer diálise para o resto da vida ou até conseguir um transplante, o que não é fácil", explicou a médica.


Mesmo com a verba defasada e o alto número de mortes em decorrência da falta de tratamento, a médica salientou que o Instituto de Nefrologia (unidades Mogi e Suzano) está conseguindo atender a demanda de pacientes, mas que o quadro geral no Brasil, principalmente em relação ao tratamento para renais crônicos, é complicado.


Fonte:Mogi News