sábado, 7 de maio de 2011

Reciclagem: Usina pode custar R$ 200 milhões

Reciclagem:
Usina pode custar R$ 200 milhões
Valor é o mesmo da usina da cidade de Bauru, cujo projeto está sendo desenvolvido em consórcio com a Unesp
Willian Almeida
Da Reportagem Local
Divulgação
Usina implantada por consórcio de Pinhal da Serra e Esmeralda é um dos exemplos de alternativa
A usina de reciclagem e transformação dos resíduos sólidos em energia que Mogi pretende instalar em consórcio com Biritiba Mirim, Guararema, Salesópolis e com a parceria da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) pode custar R$ 200 milhões. O valor é o mesmo estimado pelo consórcio que trata da implantação de uma usina regional na cidade de Bauru e que conta com os municípios de Lençóis Paulista, Lins e Pederneiras com a participação da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A unidade terá capacidade para receber mil toneladas de lixo por dia e as obras devem começar no segundo semestre deste ano, com previsão de dois anos.

O modelo pretendido pelo consórcio é parecido com o que se pretende instalar no Alto Tietê. Conforme explica o diretor do curso de engenharia da Unesp, Jair Manfrinato, a usina, que terá sede em Bauru numa área de 30 mil metros quadrados, também irá reciclar e transformar o lixo em energia.
A discussão acerca da usina já está sendo desenvolvida há cinco anos. Com os dois previstos para as obras, o processo todo levará pelo menos sete. Manfrinato afirmou que todas as informações técnicas estão prontas. O modelo é baseado em unidades implantadas na Alemanha e estudos dos alunos de engenharia da universidade. Atualmente, a proposta que constitui o consórcio está tramitando nas Câmaras dos quatro municípios.

"A implantação demora mais porque envolve o aspecto político. Todas as informações e projetos estão prontos. Eles são baseados em projetos desenvolvidos e implantados na Alemanha e em estudos desenvolvidos pelos alunos de mestrado. A proposta é a de uma usina criada através de uma Parceria Público-Privada (PPP) ou por meio da iniciativa privada, que administrariam com a garantia de que cada município encaminharia para a usina os resíduos que produzem", afirmou. A parceira operaria a unidade por 20 anos e depois deste tempo a administração passaria para os municípios.

No Rio Grande do Sul, as cidades de Pinhal da Serra e Esmeralda implantaram uma usina por meio de consórcio há 10 anos. O modelo adotado é responsável pela diminuição de 30% da quantidade de resíduos que segue para o aterro sanitário. De menor porte, o investimento de cada prefeitura anualmente é de cerca de R$ 100 mil, segundo o contabilista do Consórcio Intermunicipal Esmeralda Pinhal da Serra. "Cada município tem cerca de três mil habitantes apenas. O lucro anual é de apenas R$ 10 mil, o que mostra que a solução não é interessante financeira, mas sim ambientalmente".
Para o analista ambiental da Prefeitura de Pinhal da Serra, que neste ano administra a unidade, o modelo escolhido pelas cidades do Alto Tietê é a melhor solução. "Aqui, a administração é feita cada ano por um município, o que traz problemas porque cada um tem estruturas diferentes", disse. Ainda de acordo com ele, 50% do total de lixo reaproveitado vão para os funcionários da usina, enquanto o restante segue para empresas daquela região.

Fonte:Mogi News