quarta-feira, 18 de maio de 2011

Palavra de governador merece algum crédito?






Afinal, a palavra de um governador merece crédito? A pergunta me foi feita ontem por um amigo, indignado com os rumos que o movimento contra a vinda do lixão para o Taboão começa a tomar, especialmente na área da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. "Durante recente visita à Região, o governador Geraldo Alckmin não garantiu que o lixão só viria para cá se Mogi quisesse? Então por que ficar se discutindo o assunto com o auxiliar do auxiliar, quando se pode ou deve resolver o assunto com o chefe?" – indagou ele, referindo-se à evidente falta de vontade do secretário Bruno Covas, de Meio Ambiente, de ficar do lado de Mogi nesta questão. Desde que o assunto voltou à ribalta com o aval daquela pasta, a Cidade passou a conviver com uma série medidas estatais que só facilitam o avanço do projeto da Queiroz Galvão para transformar o Taboão no maior depósito de lixo da Grande São Paulo, comprometendo as expectativas de fazer daquele lugar um dos principais polos industriais do Estado. Em vez de indústrias e empregos, lixo e agressão ao meio ambiente. E mesmo assistindo a tudo isso, Mogi ainda se dispõe a entrar no jogo suicida do secretário Covas, que étambém presidente do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). Buscar o adiamento da audiência pública junto ao Consema pode ser uma estratégia para dar tempo de se tentar refutar o projeto da poderosíssima Queiroz Galvão dentro do próprio Conselho, onde o Estado tem mais de 60% dos membros. A saída mais segura para os representantes de Mogi pode ser cobrar aquilo que o governador disse em praça pública. Afinal, se até hoje Geraldo Alckmin fez jus à confiança nele depositada pelos mogianos, é hora de a Cidade fazer o teste definitivo para que possa continuar dando crédito à palavra de seu governador. Meu amigo tem razão: é chegado o momento de cobrar o chefe.


Tensão



Foi muito mais duro do que se imagina o encontro entre os mogianos e Bruno Covas, segunda-feira, em São Paulo. A começar pela tentativa de se proibir os vereadores Geraldo Tomaz (PMDB) e Mauro Araújo (PSDB) de participarem da audiência. Bertaiolli chegou a ameaçar que se eles não entrassem, ele também não entraria.


De novo



Num dos momentos mais exaltados da reunião na Secretaria do Meio Ambiente, o presidente da Cetesb lembrou que o projeto do lixão só caminhava por conta das certidões de diretrizes que haviam sido expedidas pelo Município, na época do ex-secretário Aroldo Saraiva. "O processo só nasceu porque a Prefeitura de Mogi permitiu que ele nascesse", disse Otávio Okano. Bertaiolli retrucou dizendo que daquela época para cá a Cidade cresceu e mudou, mas que a Cetesb continuava fechando os olhos para isso.




Prazos

A certa altura do encontro, o secretário-adjunto Rubens Naman Rizek acusou Bertaiolli de ter solicitado o atual prazo que antecede a audiência pública marcada para dia 21. O prefeito não só negou o fato como reagiu e mostrou os documentos demonstrando que a transferência da audiência só agora estava sendo solicitada pelo Município.



Tensão


Outro ponto delicado da reunião: Bertaiolli contestava a realização da audiência pública do dia 21, alegando que o EIA-Rima não estava disponível para ser consultado pela população. Ele mal concluiu a frase e já foi interrompido pela advogada da Cetesb, informando que o acesso ao box do Mogi Plaza acabara de ser liberado pela Justiça. "Como a senhora é rápida no seu trabalho! Como a senhora está bem informada!", ironizou Bertaiolli, deixando algo no ar.




Fiel da balança





O deputado Estevam Galvão de Oliveira (DEM) assumiu o papel de conciliador na reunião. A cada momento que a temperatura subia alguns graus muito acima dos limites, ele interferia, pedindo calma a ambos os lados.

Fonte:O Diário de Mogi