quarta-feira, 4 de maio de 2011

Não ao Lixão: Imóveis sofrerão desvalorização



Não ao Lixão
Imóveis sofrerão desvalorização
Outra informação que consta em relatório do aterro sanitário é a de que 1.037 árvores teriam de ser derrubadas
Willian Almeida
Da Reportagem Local
Maurício Sumiya

Berti estranhou ausência de córregos em documentos. Também prometeu novo protesto com o "enterro" de secretário do Meio Ambiente
Os imóveis localizados na estrada da Piedade, no distrito do Taboão, seriam os mais desvalorizados com a instalação do aterro sanitário da Queiroz Galvão. É o que aponta o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), que, desde segunda-feira, está à disposição para consulta no Mogi Plaza Center, no Mogilar. Segundo o documento, essa desvalorização seria causada pela proximidade dos imóveis com o aterro e em função do possível contato visual com o empreendimento em algumas dessas propriedades.

Outro impacto considerado "relevante" no documento é o da interferência sobre a produção agrícola local e do consumo de água de poços. Conforme consta no item que trata especificamente dos impactos e compensações ambientais, a produção agrícola ocupa menos de 8% da área, "sendo que, há poucos produtores efetivamente comerciais. No entanto, a totalidade da população residente na AID (Área de Influência Direta) utiliza água proveniente de poços rasos, com pouquíssimos poços artesianos identificados e nenhum deles cadastrados no DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Não obstante, este impacto é muito relevante". O texto é concluído com a garantia de que estão previstas no projeto "todas as ações de controle".

Sobre os imóveis da estrada da Piedade, o EIA/Rima específica que os impactos serão minimizados pelas medidas de segurança e técnicas ambientais que constam no projeto. O documento, entretanto, é claro ao dizer que haverá desvalorização das propriedades pela proximidade entre elas e o aterro e que haverá "contato visual com o mesmo em alguns pontos".

Seria necessária a eliminação de 3,60 hectares de vegetação em estágio inicial e 2,92 hectares de brejo, totalizando 6,51 hectares. Apesar disso, o estudo aponta que o montante representa "apenas" 10,23% do total de vegetação natural existente na propriedade onde se pretende instalar o aterro. Além disso, 1.037 árvores também teriam que ser derrubadas. Do total, 52,8% (547) são Jerivás. Outras espécies como Cambará e Tapixingui também serão afetadas.

Um dos líderes do movimento "Aterro Não", Mário Berti, esteve na manhã de ontem no boxe 116 do Mogi Plaza Center avaliando o EIA/Rima. Ele diz não ter localizado nas fotos existentes no documento os córregos Taboão e Taboãozinho. "Se estão no projeto, estão sem a nomenclatura devida", afirmou. Berti disse ainda que deve entregar à diretoria da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Mogi das Cruzes (Aeamc) um pedido para que os associados ajudem na compreensão do EIA/Rima. "Tem pessoas da associação que fazem parte do movimento e que precisam dar a contribuição delas. Vamos entregar esse pedido na reunião de quinta-feira na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)", afirmou.

Berti afirmou também que ainda esta semana vai "enterrar" o secretário de Estado do Meio Ambiente, Bruno Covas, em protesto na capital. "Vamos até a sede da secretaria com a urna (um caixão) com o ´secretário´ dentro e ficar lá por uns dois dias com carro de som e tudo", afirmou.

Fonte: Mogi News