sábado, 21 de maio de 2011

Fim da espera Skinhead é condenado pela Justiça a 24 anos

Fim da espera
Skinhead é condenado pela Justiça a 24 anos
Juliano de Freitas, o Dumbão, foi considerado culpado, mas poderá recorrer da sentença em liberdade
Deize Batinga
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

Paulo Passos, advogado das vítimas, disse que condenação de Dumbão encerra um ciclo. Flávio comemorou decisão da Justiça
"Talvez o justo". Esta foi a única declaração do réu Juliano Aparecido de Freitas, também conhecido como Dumbão, momentos após ser condenado a cumprir pena de 24 anos e seis meses de reclusão em regime fechado pelo assassinato de Cleiton da Silva Leite e pela tentativa de homicídio de Flávio Augusto do Nascimento Cordeiro. Além dele, Vinícius Parizatto, o Capeta, e Danilo Gimenez Ramos, chamados skinheads, são acusados de há sete anos e cinco meses terem obrigado Leite e Cordeiro a pularem de um trem em movimento na estação de Brás Cubas. Os advogados de defesa vão recorrer contra a decisão.

Foram nove horas de julgamento para que, enfim, os sete jurados chegassem a uma conclusão. Com quatro votos a favor da condenação, o juiz da Vara Distrital de Brás Cubas, Alberto Alonso Muñoz, leu a sentença: Dumbão foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão em regime fechado, sendo 16 anos e quatro meses pela morte de Leite e oito anos e dois meses pela tentativa de assassinato de Cordeiro, que na queda do trem teve o braço direito amputado pela composição.

Durante todo o julgamento, Dumbão, que poderá recorrer da decisão em liberdade, se mostrou tenso. Além dele, foi ouvido no Tribunal do Júri a vítima Cordeiro e duas testemunhas: Eduardo Gomes da Silva e Emerson de Carvalho Andrade. Os dois estavam no mesmo trem que as vítimas e os acusados. Em depoimento, Andrade confirmou aos jurados que depois de Cordeiro e Leite terem se jogado da composição, os skinheads teriam comentado que se eles não pulassem seriam mortos.

Para o promotor de Justiça Marcelo Alexandre de Oliveira, a condenação de Dumbão é prova de que a Justiça foi feita. "Eles decidiram de acordo com o que estava no processo. Acredito que a pena poderia ter sido maior", informou.

O advogado das famílias das vítimas, Paulo Roberto da Silva Passos, também comemorou a decisão. "Agora encerramos um ciclo. Não podemos considerar isso uma vitória porque o rapaz que morreu não vai voltar e o outro não vai recuperar o braço, mas hoje a Justiça se fez", afirmou.

Já o advogado de Dumbão, Adriano Hisao Moyses Kawasaki, informou que vai recorrer da decisão. "Não encaro o resultado como uma derrota, isso é a Justiça. Também não recrimino os jurados. Agora a defesa vai recorrer, principalmente, pela pena, que foi um pouco exagerada", finalizou. (Colaborou Jamile Santana)

Fonte:Mogi News