domingo, 1 de maio de 2011

Extensão de trem custa R$ 37,5 mi

Extensão de trem custa R$ 37,5 mi

MARA FLÔRES
Estudos preliminares realizados pela Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos apontam que a extensão do trem de subúrbio até César de Souza demandará um investimento de R$ 37,5 milhões. O relatório técnico elaborado pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), e entregue na última semana ao prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (DEM), indica que a ampliação do transporte ferroviário em mais cinco quilômetros e o acréscimo de uma nova estação contribuirá com um aumento de pelo menos 9% na demanda de passageiros na linha 11 – Coral, que hoje termina na Estação Estudantes.
O levantamento aponta não só a viabilidade na expansão do trem até César de Souza, com reflexos positivos para o Distrito e todo o Município como, pela primeira vez, traz uma estimativa de custo, o que é uma conquista para a Cidade e para os representantes do movimento Trem até César Já!, ainda que a CPTM pondere a necessidade prévia de modernização do sistema em funcionamento, que consiste na reforma das estações já existentes e em intervenções nas vias aérea e permanente para a circulação do Expresso Leste em todos os horários.
Tratativas entre equipes técnicas da Prefeitura e da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos para isso deverão ser realizadas a partir de maio e graças ao estudo preliminar apresentado já poderão incluir, também, as discussões sobre o projeto de expansão do modal até o Distrito mogiano.
Dos R$ 37,5 milhões orçados pela CPTM para levar o trem de passageiros até César de Souza, a maior parte dos recursos está prevista para a adaptação da via permanente – o que demandará investimento de R$ 26,9 milhões. Desse montante, R$ 13,6 milhões são necessários para implantação da sinalização. Outros R$ 6,5 milhões para a rede aérea e R$ 5,8 milhões nos trilhos propriamente ditos. Mais R$ 953,5 mil são exigidos para as obras de arte, já que o percurso entre as estações Estudantes e César de Souza conta com duas pontes – uma sobre o Córrego dos Corvos e outra sobre o Rio Tietê.
De acordo com o orçamento estimado pela CPTM, R$ 7,3 milhões serão empregados na estação de César de Souza, já que o prédio inaugurado em 1921 precisará passar por reformas e contar com equipamentos e funcionários para o seu funcionamento. Mais R$ 3,2 milhões são previstos pelo Estado para o projeto executivo e gerenciamento da extensão do trem até o Distrito (veja quadro com os números).
Ao todo, o orçamento contempla a implantação de quatro quilômetros de vias duplas, sinalização e eletrificação, vedação da faixa, obras e arte e uma estação. O material rodante – no caso, os trens – está fora das estimativas.
Na análise dos custos, a equipe técnica da CPTM pondera que o orçamento preliminar leva em consideração a implantação de vias e facilidades para o completo funcionamento da extensão, assim como para dar amplas condições de acesso, mobilidade e circulação de pedestres e de veículos, adequando a estação ao seu entorno.

Detalhamento
Para o estudo solicitado pela Prefeitura, a CPTM fez uma caracterização do trecho de linha férrea existente entre as estações Estudantes e Engenheiro César de Souza. De acordo com a Companhia, embora desativada para passageiros, a estação inaugurada em 1921 no Distrito localizado na região leste da Cidade permanece em razoáveis condições de preservação e é atualmente ocupada pelo escritório de uma distribuidora de cimentos e tem um pátio de cargas em sua lateral.
O trecho da via permanente e a rede aérea de propriedade da CPTM termina cerca de 100 metros após a plataforma da Estação Estudantes (km 50+641), sendo depois administrada pela MRS Logística, que utiliza a extensão para o transporte de cargas. A partir da passagem de nível da Avenida Manoel Bezerra de Lima Filho, a via férrea é simples, não contando com nenhum ponto de ultrapassagem até o quilômetro 54+086 metros, pouco depois da ponte sobre o Córrego dos Corvos, onde volta a ficar dupla até a Estação de César. Por isso, apesar dos cinco quilômetros que separam os terminais Estudantes e César, o estudo da CPTM aponta a necessidade de implantação de vias duplas em quatro quilômetros. A análise técnica aponta que a via, tanto no trecho simples como no duplo, se encontra em boas condições de manutenção.


Fonte:O Diário de Mogi