quinta-feira, 28 de abril de 2011

"Aterro Não!": Movimento prepara fórum sobre alternativas ao lixo

"Aterro Não!":
Movimento prepara fórum sobre alternativas ao lixo
Guilherme Bertti
Santos: Questão política
O movimento "Aterro Não!" irá realizar, na próxima semana, um fórum de discussão sobre as alternativas para a destinação do lixo domiciliar produzido em Mogi das Cruzes. Autoridades já defendem a implantação de uma usina verde para reciclar os resíduos sólidos e transformar os demais compostos em energia elétrica, por exemplo.
O advogado do Instituto Latino-Americano de Proteção ao Meio Ambiente (Ilapa), José Gustavo Ferreira dos Santos, trará da Espanha representantes de uma fabricante de usina de compostagem. A empresa já está instalando as duas primeiras unidades no Brasil. Além de separar os resíduos, a usina produz energia elétrica e combustível. "Durante muito tempo eu acreditei que o aterro sanitário era uma alternativa real e fácil. Depois da explosão no aterro da Pajoan, em Itaquá, mudei meu conceito. Estes empreendimentos não têm fiscalização ou qualquer controle rigoroso das normas ambientais", disse. Quanto ao custo, o advogado assegurou que existem linhas de financiamento, nacionais e internacionais, que tornam viável a implantação da usina. "É tudo uma questão política. Basta escolher fazer", afirmou.

Quem também acredita que a usina verde é a melhor opção para a cidade é o presidente da Organização Não-Governamental (ONG) Guerrilheiros do Itapeti, Mário Berti. "A lei dos resíduos sólidos que entrou em vigor no ano passado nem permite mais a criação de aterros, por ser uma forma ultrapassada de se tratar o lixo. O Brasil perde em média 25 bilhões de dólares enterrando o lixo. O valor não é empecilho algum para a cidade conseguir trazer uma usina de combustão". Para ele, falta força política. "Uma usina pode produzir energia elétrica ou adubo, depende da vocação de cada cidade. Poderíamos doar energia para escolas, hospitais da cidade, diminuindo os gastos públicos. Mas falta coragem política para romper paradigmas atrasados com relação ao lixo", defendeu.
O advogado e secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subsede Mogi, Ademir Falque, disse que antes de escolher o melhor método de tratamento dos resíduos é preciso verificar a condição específica do aquífero nacional que fica na cidade. "Precisamos cuidar sim do nosso próprio lixo, desde que se faça isso em uma área ideal na cidade. Acredito que Mogi só vai evoluir quando resolver este que é o maior problema da cidade atualmente".
O ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Mogi, Ivan Siqueira, espera que o Legislativo cobre uma posição da administração municipal da cidade. "Não faltam opções para tratar o lixo. Tem usina, reciclagem, compostagem. Até agora não se dava importância para tudo isso, porque enterrar o lixo dá lucro para poucos". (J.S.)

Fonte:Mogi News