terça-feira, 12 de abril de 2011

Alckmin é avaliado por mogianos

Alckmin é avaliado por mogianos


KARINA MATIAS
Poucas conquistas, algumas promessas e muitos desafios. É desta forma que Mogi das Cruzes avalia os primeiros 100 dias de Geraldo Alckmin (PSDB) à frente do Governo do Estado. De concreto para a Cidade, o governador ampliou as viagens do Expresso Leste e assinou o convênio para implantação do projeto Atividade Delegada - que ainda não engrenou no Município. Por outro lado, investimentos importantes que tinham sido garantidos na gestão passada foram adiados, como a reforma e ampliação do Fórum de Braz Cubas e a implantação de uma clínica de reabilitação de dependentes químicos. Além disso, o projeto da Queiroz Galvão para instalação de um aterro sanitário no Taboão ganhou força dentro da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Apesar das inúmeras mobilizações realizadas pelos mogianos contra o lixão, uma audiência pública sobre o empreendimento deverá acontecer em 21 de junho. O próprio prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (DEM), defensor do governo Alckmin, admitiu que levou um "passa-moleque" do secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas.
A Cidade acumula ainda outras pendências, como a inauguração do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e a conclusão da passagem subterrânea ao Jardim Aracy, na Mogi-Dutra. Ambas são prometidas para o segundo semestre.
Nestes pouco mais de três meses no governo estadual, Alckmin não visitou Mogi, mas esteve em Suzano e Itaquaquecetuba, e hoje participa de evento em Arujá. Nas visitas já realizadas a municípios da Região, ele fez promessas para Mogi: a inauguração do Poupatempo em outubro e a destinação de um maior número de delegados e policiais militares. No último final de semana, em entrevista à Associação Paulista de Jornais (APJ), anunciou também nove trens zero quilômetro que devem operar em Mogi e Suzano, a partir do ano que vem. Aliás, a vinda do Expresso Leste em todos os horários até a Estação Estudantes é uma das promessas mais esperadas pelos mogianos, ao lado da duplicação do trecho de pista simples da Mogi-Dutra e da duplicação da Mogi-Bertioga. A expansão do transporte ferroviário até César de Souza é outro pleito da Cidade.
"O governador Alckmin imprime um ritmo sério, transparente e de muito trabalho, nestes primeiros dias, uma característica que deve acompanhá-lo por todo o mandato, porque conhecemos bem o governador e sabemos da sua capacidade de administração", defende o prefeito Bertaiolli. Ele ressalta que já visitou as secretarias de Estado apresentando os dossiês sobre projetos que podem ser desenvolvidos em parceria com o Município. "Todos foram recebidos de forma bastante positiva e com respostas rápidas. Veja, por exemplo, o caso da área da CDHU para construção de uma creche em César de Souza. Já nos foi entregue a cessão do terreno e iremos abrir o processo de licitação, assim como também tivemos a confirmação da Secretaria da Agricultura sobre a mudança da Casa do Agricultura a fim de que aquele local possa ser utilizado para ampliação do Fórum", enumera.
O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR) corrobora. "Eu nunca vi um governante trabalhar como ele vem trabalhando neste início de governo. É um ritmo impressionante. E o Bertaiolli foi muito correto com ele na eleição. Não tenho dúvidas de que Mogi será beneficiada, mas tem que ter paciência", pondera. O deputado federal Junji Abe (DEM) pontua que, em todas as instâncias de governos, a execução dos projetos só começa de fato a partir do segundo ano. Ele ressalva, porém, que Alckmin é um político "competentíssimo e experiente" e já sinaliza com investimentos para Mogi, como os novos horários do Expresso Leste. "A partir do ano que vem, Mogi será alvo de vários benefícios do Governo do Estado", acrescenta.
Já outros políticos, até mesmo os da base aliada de Alckmin, se mostram menos entusiasmados com os primeiros 100 dias de governo. O deputado estadual Luiz Carlos Gondim Teixeira (PPS) aponta que Mogi não está recebendo a atenção devida. "Mas esperamos que ele realmente assuma os compromissos, como a reforma do Fórum de Braz Cubas e a questão do lixão, da qual ele está se informando agora e, talvez, assuma o compromisso de nos ajudar". Em visita a Suzano, Alckmin declarou que não considera o Taboão um local adequado para receber um aterro sanitário e informou que a retomada do processo de licenciamento só se deu por decisão da Justiça.
O vereador Geraldo Tomaz Augusto, o Geraldão (PMDB), é o mais crítico em relação à atuação do governador. "Mogi não tem nada a comemorar nestes 100 dias de governo do Alckmin. Ele está em dívida com a Cidade que, da Região do Alto Tietê, foi o município que deu a maior votação para ele. Na questão do lixão, estamos vendo que o Governo está contra a Cidade. O que foi anunciado até agora é muito pouco para um município de quase 400 mil habitantes como Mogi", alega.
Jean Carlos Soares Lopes (PC do B) é outro que não poupa o governador, embora ressalve que ainda é cedo para análises. "O Governo do Estado cortou todos os investimentos e Mogi também foi afetada pelos cortes. Ele está sendo cauteloso, o que é natural neste início. Preocupa a situação da segurança pública, que é o calcanhar de Aquiles do Estado", observa. Alckmin anunciou a contratação de 140 delegados para todo o Estado. O tucano, contudo, não deixou claro se um mesmo delegado poderá responder, num mesmo plantão, por dois distritos policiais, como chegou a ser cogitado pelo seccional João Roque Américo.
Até mesmo o presidente da Câmara Municipal de Mogi, Mauro Araújo (PSDB), do mesmo partido de Alckmin, demonstra um certo ceticismo com a atuação do tucano. "Nós estamos ansiosos e na expectativa de que algumas situações se confirmem, como a implantação da clínica para tratamento de dependentes químicos, que estava prevista para este primeiro semestre, mas foi adiada, o que me deixou muito chateado. Cem dias é um prazo pequeno, mas estamos no aguardo sobre as posições do Governo do Estado em situações primordiais. Grandes obras, grandes anúncios ainda não aconteceram", observa. De positivo, ele lembrou o aumento no efetivo de policiais militares. De fato, porém, a Cidade contará com 15 homens a mais na corporação.
Embora avalie que Alckmin enfrentou problemas neste início de governo, o vereador Francisco Moacir Bezerra de Melo Filho (PSB) aposta que ele superará as dificuldades e promoverá melhorias em Mogi, especialmente, na questão do lixão. "Acho que ele fará um bom governo, como já demonstrou no passado".

Fonte:O Diário de Mogi