domingo, 17 de dezembro de 2017

DE NOVO: Com UTI Neonatal superlotada, Santa Casa de Mogi volta a restringir atendimento

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Silvia Chimello
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Situação é mais grave desta vez porque o volume de crianças prematuras é grande, o que representa mais tempo de ocupação dos leitos. (Foto: Arquivo)
A Santa Casa de Mogi das Cruzes está superlotada novamente. Esse é o quarto caso de lotação registrado neste ano na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Mas, desta vez, o problema pode perdurar por mais tempo, porque alguns leitos do setor estão ocupados com bebês nascidos com prematuridade extrema, o que demandará tempo de internação extenso, sem previsão de alta, impedindo a rotatividade nas vagas.

Na tarde de ontem, 28 bebês estavam internados, quando a capacidade é para 9 leitos de UTI e outros 16 em todo o complexo de UTI, que envolve os cuidados intermediários I e II. Tem ainda 38 leitos operacionais para gestantes em sua maternidade. O hospital realiza em média, 450 partos por mês, e um atendimento de cerca de 2 mil gestantes. Nesta sexta-feira havia 36 pacientes na maternidade, sendo um de Biritiba Mirim, duas de Salesópolis e mais duas de Suzano.

Para alertar sobre a situação, a direção da Santa Casa publicou uma nota para informar a população sobre o agravamento do quadro de lotação em sua unidade de UTI Neonatal, que se encontra com a capacidade ocupacional, física e operacional esgotada.



O diretor técnico da entidade, o médico Ricardo Bastos, esclarece que por enquanto não foram adotadas medidas restritivas para gestantes de outras cidades, mas de qualquer forma, ele aconselha as grávidas a procurarem os serviços em suas cidades ou em outras unidades para evitar problemas e ajudar nesse processo.

O médico explicou que, para enfrentar essa situação, a Santa Casa alugou equipamentos e ampliou as equipes médica, de enfermagem e multiprofissional, que possam fazer frente às necessidades do momento. Ele disse também que estão tentando readequar o número de leitos para conseguir atender a demanda diária.

De qualquer forma, o diretor garante que “não há nenhum risco” de contaminação no hospital. “A Comissão de Infecção Hospitalar da Santa Casa está atenta à situação, adotando todos os procedimentos necessários para evitar qualquer possibilidade de contaminação”, observa, comentando que apesar de constantes problemas no decorrer deste ano, os índices de mortalidade na Santa Casa de Mogi são os melhores do Alto Tietê.

Ricardo Bastos relata ainda que apesar de não ter sido adotada nenhuma medida restritiva, a Santa Casa decidiu colocar em prática um plano de contingência que contempla todas as necessidades desse momento, que inclui notificar as secretarias municipal e estadual de Saúde, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross); solicitar pedido de transferência de casos de alto risco pelo Cross para outras unidades; adotar medidas de apoio do serviço de Controle de infecção hospitalar para atuação preventiva, entre outras.

Durante este ano, o hospital registrou problemas de superlotação na UTI e na maternidade em quatro ocasiões: janeiro, maio, agosto e dezembro. O secretário municipal de Saúde, Marcello Cusatis, que monitora a situação, afirma que “essa questão da superlotação já está se tornando um problema crônico, o que reforça a necessidade de ampliar o atendimento no Município”.

Ele disse que ainda não tem definição sobre o pedido feito ao Governo do Estado para ampliar as vagas na Santa Casa. Mas, independentemente disso, informa que está elaborando com a ajuda de técnicos da Prefeitura, um projeto para construção de uma nova maternidade na Cidade, provavelmente em Braz Cubas.

Fonte:O Diário de Mogi