sexta-feira, 21 de julho de 2017

Santa Casa de mogi: Condemat apresentará plano de expansão da maternidade

Implantação de leitos vai ajudar a reduzir o déficit no Alto Tietê; Secretaria de Saúde do Estado reconhece déficit
O Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) vai apresentar na próxima semana ao governo do Estado o projeto para a reforma e ampliação da Santa Casa de Mogi das Cruzes. A previsão é que 17 leitos para as gestantes e dez de UTI Neonatal sejam implantados. O investimento previsto é de R$ 4,5 milhões e um custeio de R$ 450 mil por mês. A proposta será protocolada no Departamento Regional de Saúde I e uma audiência com o secretário de Estado da Saúde, David Uip, será agendada.
De acordo com o secretário de Saúde de Mogi, Marcello Cusatis, a implantação de novos leitos para a Santa Casa vai ajudar a reduzir o déficit existente no Alto Tietê, além de ser a alternativa mais em conta atualmente.
O Condemat trabalha com dois índices, o primeiro, que leva em consideração toda a população, aponta que a região precisa de mais 292 leitos obstétricos, nos quais 71 de UTI Neonatal. O segundo índice, que considera apenas a população do Sistema Único de Saúde (SUS), mostra a necessidade de mais 131 leitos obstétricos. Já no caso da UTI Neonatal, teoricamente não haveria necessidade, mas como Mogi recebe gestantes de outros municípios, é preciso ampliar este número, por causa do índice de risco.
Para Cusatis, o primeiro passo para a ampliação dos leitos foi atingido, pois a Secretaria de Estado da Saúde reconheceu o déficit existente na região. "Juntos, conceituamos essa falta de leitos. Desde 2015, dizemos que algo precisa ser feito. Tivemos o fechamento de alguns serviços e a superlotação na Santa Casa de Mogi, além disso, a iniciativa privada parou de investir em maternidades. Das três que existiam, só temos uma. Fecharam 70% dos leitos de maternidade em Mogi. Obviamento, isso tem um reflexo no setor público", ressaltou.
O secretário enfatizou que a ampliação da Santa Casa soluciona emergencialmente o problema de superlotação da maternidade e déficit no serviço, mas que o Condemat vai trabalhar para encontrar projetos que resolvam a situação a longo prazo, como a construção de uma maternidade regional, o aumento de médicos para o hospital de Ferraz de Vasconcelos e a reabertura da maternidade do Stela Maris de Guarulhos.
Com a reforma proposta pela Santa Casa, a ala de ortopedia, que hoje funciona no mesmo pavimento que a parte de obstetrícia, será remanejada para o setor de internação pediátrica. Este serviço será transferido para o Hospital Municipal de Mogi (HMMC).
De acordo com o provedor da Santa Casa, Austelino Mattos, com a reforma, serão ampliados cerca de 480 metros quadrados, nos quais 153 m² no 1° andar, 107 m² no 2° pavimento e 220 m² no 3° andar. No valor de R$ 4,5 milhões já está previsto os equipamentos necessários.
Depois da reforma, os leitos obstétricos saltarão de 38 para 54, já os de UTI sairão de 9 para 19 leitos. Com a mudança, a Santa Casa perderá leitos da ortopedia e particulares. "De 38 leitos estamos com 59 gestantes. A superlotação está constante. O Estado pediu para protocolarmos o pedido do primeiro plano imediado de expansão da Santa Casa de Mogi. Uma reforma como esta é muito complexa. Acredito que dá para fazer em 12 meses", ressaltou Cusatis.
Estado 
Questionada sobre o prazo para analisar o projeto e iniciar as obras de reforma, a Secretaria de Estado de Saúde informou que "O Departamento Regional de Saúde (DRS) da Grande São Paulo aguarda o envio do projeto de reforma da Santa Casa de Mogi das Cruzes pela Prefeitura, gestora da unidade. O DRS esclarece que acompanha a situação das maternidades da região do Alto Tietê. Cabe lembrar que o SUS funciona em rede, ou seja, se houver eventualmente ocupação máxima de leitos em uma determinada cidade, os pacientes poderão ser transferidos a outros hospitais do Alto Tietê e do Estado que ofereçam o recurso necessário para o atendimento".

Independentemente da ampliação, Condemat trabalhará para encontrar soluções

Independentemente da ampliação, Condemat trabalhará para encontrar soluções

Cusatis quer que ANS cobre leitos
Durante reunião do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems), o secretário de Saúde de Mogi das Cruzes, Marcello Cusatis, pediu que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) venha para a cidade cobrar investimentos dos planos de saúde em leitos de maternidade
Durante reunião do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems), o secretário de Saúde de Mogi das Cruzes, Marcello Cusatis, pediu que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) venha para a cidade cobrar investimentos dos planos de saúde em leitos de maternidade. De acordo com Cusatis, a cidade perdeu dois serviços nos últimos anos.
Segundo levantamento apresentado pelo secretário, a necessidade da região é de 292 leitos obstétricos, levando em conta os usuários de plano de saúde e os do Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas para a população SUS dependente, são 131 leitos. O restante teria que ter aporte também dos convênios.
Cusatis justificou que o déficit de leitos nas maternidades particulares também interfere diretamente no serviço público. "Nós nos esforçamos ao máximo para fazer um pré-natal decente, para a Santa Casa ter qualidade, compramos exames do Albert Einstein e ampliamos os exames de ultrassom. Tudo isso para que o bebê precise o menos possível de UTI Neonatal. Queremos que a ANS exija isso dos planos de saúde, pois o índice de mortalidade é resultado das maternidades particulares e públicas", disse.
De acordo com Cusatis, ele pedirá apoio para o Cosems para que a visita seja realizada em breve. (L.N.)
Quadros
Uti Neonatal 

Leitos Necessários Quantidade atual Déficit 
Arujá 3- 0- 3 
Biritiba Mirim 1- 1 -1 
Ferraz de Vasconcelos 6- 10- 4 
Guararema 1- 0- 1
Itaquaquecetuba 12- 10- 2
Mogi das Cruzes 12- 9- 3
Poá 3- 0- 3
Salesópolis 0-0- 0
Santa Isabel 1- 0- 1
Suzano 9- 10- 1
Guarulho 42- 33- 9 
Total 90- 72- 18 

Leitos obstétricos
Leitos Necessários Quantidade atual Déficit 
Arujá 14- 11- 3 
Biritiba Mirim 5- 0- 5 
Ferraz de Vasconcelos 33- 29- 4 
Guararema 5- 3- 2
Itaquaquecetuba 68- 40- 28
Mogi das Cruzes 57- 38- 19
Poá 16- 0- 16
Salesópolis 2- 0- 2
Santa Isabel 8- 19- 11
Suzano 45- 38- 7
Guarulho 177- 121- 56
Total 430- 299- 131 
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde/Departamento Regional de Saúde I da Grande São Paulo

Fonte:Mogi News