terça-feira, 16 de maio de 2017

CIDADES; Vereadores questionam gastos da Prefeitura com o lixo mogiano

13 de maio de 2017  Cidades, QUADRO DESTAQUE  
Câmara tem Comissão de Vereadores para tratar do lixo. (Foto: Marcelo Alvarenga/ CMMC)
Câmara tem Comissão de Vereadores para tratar do lixo. (Foto: Marcelo Alvarenga/ CMMC)

LUCAS MELONI
Vereadores de Mogi das Cruzes querem saber detalhes dos gastos da Prefeitura com toda a cadeia do lixo na Cidade – da coleta pelas ruas à destinação, no aterro sanitário em Jambeiro, no Vale do Paraíba. Eles questionam o valor de R$ 2,5 milhões que a Administração Municipal paga à concessionária de limpeza urbana para transportar os resíduos para fora do Alto Tietê. Propostas para um projeto regional começam a ser discutidas na próxima semana.

A Comissão Especial de Vereadores (CEV) do Lixo, presidida pelo vereador Antonio Lino da Silva (PSD), foi motivada, segundo o parlamentar, pelo valor exorbitante pago pela Prefeitura à CS Brasil para o transporte dos resíduos. Até quatro anos atrás, este material era levado ao aterro Anaconda, em Santa Isabel, que passou a receber o lixo das cidades da Região a partir da interdição do Pajoan, em Itaquaquecetuba.


A aprovação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, há dois anos, trouxe à tona a discussão sobre qual o local a se destinar o material produzido pelas cidades. Segundo a Prefeitura, 600 toneladas de resíduos (6%) do coletado seguem para reciclagem. O índice, apesar de ser o maior em toda a história do Município, está aquém de cidades como Londrina (PR), que, no último ano, conseguiu elevar em 27% o serviço de reciclagem, alcançando 220 mil domicílios, de acordo com a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU-LD).

“A gente vai pedir à Prefeitura a planilha com os custos referentes à coleta e destinação do lixo. Fala-se em mais de R$ 55 milhões por ano. É muito dinheiro. Passou da hora da Cidade discutir uma alternativa. Mogi tem condições de criar um espaço que cuide dos seus resíduos, mas se isso for viável na esfera regional, que se faça a algo em conjunto com as outras cidades”, disse Lino.

Protássio Ribeiro Nogueira (PSD) ressaltou que é preciso uma compensação para Mogi caso o empreendimento seja instalado no Município. “O projeto pode ser regional desde que haja uma compensação pelo empreendimento estar aqui”, comentou.

Estiveram presentes também os vereadores Mauro Araújo (PMDB) e Francimário Vieira (PR). Este último propôs viabilizar uma reunião entre Lino e o presidente do Consórcio de Desenvolvimento Regional do Alto Tietê (Condemat), o prefeito Adriano Leite (PR), de Guararema.

“É fundamental buscar alternativas. Conseguir apoio de outras cidades é fundamental”, observou Lino.

Na próxima quarta-feira, os membros da CEV do Lixo devem se reunir para os próximos passos. Há expectativa de que visitem projetos bem sucedidos de destinação de resíduos no Estado.

Procurada, a Prefeitura encaminhou nota sobre os valores gastos com a cadeia do lixo. “Em 2016, o valor gasto com o lixo em Mogi foi de R$ 36,7 milhões. A quantia compreende a coleta domiciliar, a coleta reciclável, transbordo, destinação, recolha de entulho e Operação Cata-Tranqueira. No ano de 2016, foram recolhidas 121.077,99 toneladas de lixo domiciliar, 5.587,93 toneladas de lixo reciclável e 24.401,82 toneladas de entulho. O trabalho de coleta de lixo domiciliar envolve 121 funcionários e 24 caminhões compactadores”, trouxe a nota.

Histórico
A discussão sobre a destinação de resíduos no Alto Tietê é antiga. No passado, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) apoiou um projeto de usina de incineração na Região, porém a medida perdeu força.

Há cinco anos, a ex-presidente da autarquia, Dilma Pena, chegou a estudar o projeto. A crise chegou e Dilma caiu. Pouco antes da homônima que presidia o País de Brasília.

Voltou-se a cogitar a possibilidade de uma usina que atendesse a toda a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), um projeto ampliado da ideia do Alto Tietê. Por aqui, contudo, não há apoio político para que o empreendimento receba resíduos de toda a Grande São Paulo.

Fonte:O Diário de Mogi