terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

QUADRO DESTAQUE: Morre Ditinho, o 1º funcionário de O Diário, aos 77 anos

14 de fevereiro de 2017  QUADRO DESTAQUE  
Benedicto de Almeida foi sepultado no domingo. (Foto: Arquivo)
Benedicto de Almeida foi sepultado no domingo. (Foto: Arquivo)

CARLA OLIVO
Benedicto Maria de Almeida, conhecido pelo apelido Ditinho, era o funcionário número 1 do primeiro livro de registro de colaboradores do então Diário de Mogi – hoje O Diário - ainda na sede da Rua Barão de Jaceguai. Era também um exemplo entre os colegas de trabalho, que tinham orgulho de tê-lo como o mais antigo da casa e, principalmente, aos 77 anos, ainda na ativa. Os companheiros de jornada do parque gráfico contam que ele não faltava ao serviço, nem mesmo se estivesse doente. Mas no final de novembro, as complicações trazidas por um câncer de próstata, o impediram de fazer o que mais gostava na vida: trabalhar no jornal que acompanhou desde os primeiros passos, em 13 de dezembro de 1957.

“Ele é da época em que o chumbo precisava ser derretido, passou pelo linotipo, nylon print até chegar à impressão offset de hoje. Sempre muito respeitado por todos, contava histórias não só da evolução do jornal impresso, mas também de Mogi. Gostávamos dele como um pai”, conta Antônio Carlos da Siva, coordenador de produção de O Diário, que convivia diariamente com Ditinho desde 1992 e esteve a seu lado pela última vez na sexta-feira da semana passada, quando foi visitá-lo no Hospital Santa Maria, em Suzano.

Assim também foi com o gerente de produção Emerson dos Santos, chefe de Ditinho desde 2006, que foi ao hospital no mesmo dia. “Há um ano lutava contra o câncer, mas nos últimos meses estava bem debilitado. Desde novembro não tinha condições de trabalhar, mas sempre foi um profissional dedicado, chegava até um hora antes do seu horário para organizar o material de trabalho, nunca faltava e nem reclamava. O jornal era a vida dele, passou de linotipista, a montador de fotolito e copiador de chapa, sempre com a mesma dedicação”, enfatizou Santos.

Mogiano, o corintiano roxo sabia de cabeça a escalação de seu time em cada jogo. Nutria a mesma paixão pela Seleção Brasileira. Não teve filhos, até 2 meses era ‘solteiro convicto’ e morava em uma pensão na Cidade. Foi por causa do agravamento da doença, quando precisou de ajuda para se tratar, que decidiu se casar. Passou a residir em Suzano.

Ditinho morreu no início da tarde do último sábado, foi velado no Velório Municipal de Suzano e sepultado na manhã de domingo no Cemitério Municipal São João Batista, no Bairro do Raffo, na mesma cidade. A missa de sétimo dia será sexta-feira, às 19h30, na Catedral de Santana, em Mogi.

Fonte:O Diário de Mogi