Indústria, que funcionava há 41 anos em Suzano, é a primeira do setor na região a fechar as portas este ano; foram demitidos 66 funcionários
Foto: Daniel Carvalho
Funcionários da Suzanense fizeram protesto pacífico ontem em frente ao MTE
Depois de 41 anos funcionando em Suzano, a Suzanense Indústria e Comércio de Papéis Ltda, sediada na avenida Vereador João Batista Fitipaldi, na Vila Maluf, anunciou ontem o fechamento de suas portas, após a demissão de 66 funcionários remanescentes.
O comunicado de que a empresa encerrará suas atividades, a partir de hoje, bem como a dispensa dos trabalhadores, foi feito durante mesa-redonda realizada na sede do Ministério do Trabalho, na área central da cidade. A reunião entre representantes da empresa, sindicato da categoria e membros do ministério ocorreu por volta das 16 horas e foi acompanhada de perto por cerca de 30 funcionários, que fizeram um protesto pacífico em frente ao local do encontro.
De acordo com o advogado da empresa, Marcelo Romanelli Cezar Fernandes, a indústria, anteriormente, tinha o nome de Hóbras, mas sempre foi do ramo de papel. Sob a atual administração, estava arrendada há quatro anos. Já o fechamento, segundo ele, aconteceu "em decorrência de um mandado de desocupação e imissão na posse, expedido pelo Juízo do Foro da Comarca de Suzano, em ação promovida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em face da empresa Hóbras".
Márcio Cruz, mais conhecido como Bob, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel, Papelão e Cortiça de Mogi das Cruzes, Suzano, Poá e Ferraz de Vasconcelos, contou que a Suzanense já vinha dando sinais de que algo não estava bem há um ano e três meses, pois começou a quebrar algumas normas de convenção coletiva. "Agora eles estão com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em dia, porém, às vezes atrasavam o depósito. Também chegaram a mandar alguns funcionários de volta para casa, porque não tinha produção. A indústria tinha 120 funcionários e agora estava com 70, sendo que hoje (ontem), 66 foram demitidos", contabilizou.
Carlos Alberto Zambotto, advogado do sindicato que também acompanhou a rodada de negociação, disse que a indústria propôs pagar todos os direitos trabalhistas e verbas rescisórias dos trabalhadores parcelados em 12 vezes, mas que a categoria não aceitou. "Portanto, amanhã (hoje) vamos ajuizar na Justiça Trabalhista uma ação e pedir uma contraproposta, porque a categoria quer receber pelo menos em cinco vezes", justificou.
Outras unidades
Segundo o sindicato, a Suzanense, que fabrica papéis especiais como os utilizados em máquinas de cartões de crédito, tem mais duas unidades, uma no interior do Estado e outra em Minas Gerais. Ontem, na sede da empresa, não havia ninguém para comentar se há intenção de reabrir a fábrica em outro lugar de Suzano.
Fonte:Mogi News
