segunda-feira, 25 de julho de 2016

Inês Paz (PSOL) Uma opção à esquerda

Luana Nogueira

Pré-candidata do PSOL já foi vereadora em dois mandatos e agora tenta se tornar a 1ª prefeita de Mogi, com foco na periferia e nos excluídos
Foto: Erick Paiatto


Pre candidatura de Ines Paz
A ex-vereadora Inês Paz, de 64 anos, é a pré-candidata do PSOL para disputar em outubro a eleição para a Prefeitura de Mogi das Cruzes. Ligada à política desde a juventude, a professora concorrerá novamente para tentar se tornar a primeira prefeita do município.
De esquerda, ela ajudou a fundar o PT e o PSOL. A pré-candidata falou de sua visão sobre Mogi e avaliou os desafios que a cidade impõe aos candidatos.
Mogi News: Como se interessou pela política?
Inês Paz: O que me atraiu foi a defesa de uma sociedade justa e igualitária, independentemente de estar vinculada a um partido ou não. Na juventude já comecei a discutir as contradições da sociedade em que vivemos. No percorrer da vida percebi que um dos instrumentos para fazer com que uma sociedade seja justa é o partido.
MN: Quando foi sua primeira eleição?
Inês: Foi em 1992, como candidata a vereadora e fiquei como segunda suplente. Em 2000, fui eleita para a Câmara. Em 2005, deixei o PT e no mesmo ano ajudei a formar o PSOL. Organizei o partido na cidade. De 2005 a 2008 fui vereadora pelo PSOL.
MN: Como você enxerga Mogi?
Inês: A cidade, para quem é mogiano e tem certa vivência, mudou totalmente seu perfil. Mas diria que mesmo com uma arrecadação bastante alta, Mogi continua com rincões de pobreza e bairros que não têm nem o básico. Ela tem uma pequena parte de desenvolvimento, pois o grosso do município está abandonado de serviços essenciais. Acho que hoje há somente foco onde está o investimento e o desenvolvimento.
MN: Quais são os desafios da cidade?
Inês: Nossa bandeira central para a cidade é a inversão de prioridade, pois isso ainda não ocorreu. Para nós, o central é a periferia. O nosso investimento, a nossa dedicação é nessa questão dos bairros afastados e da população pobre. Outro ponto que acho importante, mas que aqui não existe, e nesse aspecto Mogi está atrasada, é a participação popular.
MN: Quais áreas vê como prioritárias?
Inês: Temos cinco questões básicas para a cidade, que são a saúde, a educação, a mobilidade urbana e a segurança, que sabemos que não é de responsabilidade do prefeito, mas a cidade tem muito o que contribuir, pois vemos a questão dos assassinatos e das chacinas da juventude. O último item são os direitos individuais, que pega a questão da comunidade LGBT, da mulher, do negro e do jovem.
MN: Como vê administrar Mogi em um período de crise?
Inês: A crise atinge todos os setores, mas sabemos que também há manipulação de dados dessa crise, porque o Brasil é rico. Uma das questões que vamos fazer é um enfrentamento, uma aliança com as cidades do Alto Tietê, pois os municípios são os que mais contribuem com os impostos e acabam não recebendo o retorno. A questão da crise é como você vai administrar o dinheiro.
MN: Como está a sua pré-campanha?
Inês: O PSOL tem perfil e ideologia que não aparecem apenas nas eleições, tem trabalho no seu dia a dia. Por isso, nossa atuação não muda muito. A diferença é que a população, por estar em um momento eleitoral, acaba discutindo mais essa questão. Tenho minhas ações, independentemente de estar ou não vereadora. Estamos organizando nossa chapa de pré-candidatos a vereador, pois é importante que eles tenham um bom desempenho. Visitamos os filiados, os bairros, discutimos a cidade e ouvimos o que a população acha mais importante.
MN: Como será a sua campanha?
Inês: A nossa campanha não é de hoje, sempre foi sem financiamento de empreiteira. Temos dificuldade de montar uma estrutura, às vezes, necessária para a campanha, mas vamos fazer da forma que der. Se tivermos condições, com a arrecadação que faremos junto com a militância e com os amigos, de alugar um local no centro, vamos fazer. Caso não dê, procuraremos a casa de amigos e faremos nossa banquinha no Largo do Rosário, que é nossa tradição, para ter contato com as pessoas.
MN: Quanto tempo de televisão o PSOL terá?
Inês: De 7 a 10 segundos. Não foi diferente nas campanhas de 2008 e 2012. A televisão é um instrumento muito importante, pois percebemos que quando aparecemos em um programa eleitoral ou debate, por exemplo, isso repercute, os munícipes vêm debater. Depois, há o desdobramento com a panfletagem de casa em casa, que é a campanha que fazemos.
MN: Como estão as parcerias?
Inês: O PSOL é construído coletivamente, tanto no nacional e estadual, quanto no municipal. Avançamos bastante no que se refere a coligações. Em Mogi sempre estivemos abertos e essas conversas não foram encerradas. Estamos dialogando com o PT e avançando em algumas coisas. Não fazemos coligação com partidos que consideramos de direita.
MN: O candidato a vice da chapa já foi escolhido?
Inês: O PSOL decidiu pelo Jorge Paz. Nossos nomes devem ser oficializados na convenção do dia 31, às 10 horas. Ainda vamos definir o local.
MN: Por que você deve ser eleita?
Inês: Porque sou a única proposta colocada nas eleições como alternativa para a população excluída. Tenho a proposta de candidatura que realmente está preocupada com a cidade como um todo e não apenas com aqueles que detém o poder econômico.

Fonte:Mogi News