quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Reconstituição Acusado de matar adolescentes dá detalhes macabros sobre o crime


Reconstituição
Acusado de matar adolescentes dá detalhes macabros sobre o crime
Homem que trabalhava como cozinheiro e se denomina "pai de santo" disse que ouvia vozes pedindo para matar
Claudia Irente
De Itaquaquecetuba
Daniel Carvalho

Alexandre Brito e Maria Barbosa dos Santos, acusados do crime, participaram de reconstituição ontem
Um homem aparentemente calmo, educado, de fala mansa e que trabalhava como cozinheiro em um grande hospital em São Paulo era a descrição que mais se ouvia de vizinhos a respeito de Alexandre Eduardo da Silva Brito, de 38 anos, desde que ele foi preso, após denúncia anônima, na tarde de segunda-feira, na casa dele, na rua das Orquídeas, no Parque Viviane, em Itaquaquecetuba. Acusado das mortes dos namorados Rafael dos Santos, 18, e Rosemeire Aparecida Pereira, 17, que moravam com ele e cujos corpos foram encontrados enterrados no quintal da casa, Brito participou, na tarde de ontem, da reconstituição dos crimes no próprio local dos fatos, cercado por policiais do Setor de Homicídios de Itaquá, peritos do Instituto de Criminalística (IC) de Mogi das Cruzes, profissionais da Imprensa e curiosos. 
Brito, que se dizia zelador ou pai de santo do candomblé, deu detalhes sobre o caso, bem como a "mãe de santo" Maria Barbosa Porto dos Santos, de 55 anos, que também participou da reconstituição. Somente o menor, de 15 anos, que seria afilhado e sobrinho de Brito, que teria atuado apenas na escavação do terreno onde os corpos foram enterrados e sido testemunha de um esquartejamento, não compareceu ao imóvel, pois já havia sido entregue à mãe, com o compromisso de ser apresentado ainda ontem na Vara da Infância e Juventude da cidade.

O MN teve acesso, com exclusividade, a toda a reconstituição do assassinato de Rosemeire, no interior da residência, e constatou que Brito estava enfurecido com a vítima, pela suspeita de que ela vinha praticando furtos na casa. "Eu chamei ela (sic) para conversar (na casa) e falei para ela confessar o que tinha feito. Ela sentou na cadeira e comecei a golpeá-la com uma barra de ferro nas pernas, atrás da cabeça e na própria cabeça. Foi quando ela caiu no chão. Falei para ela: ´Rose, você está quase morrendo. Por que não fala que foi você?´. Aí, eu a arrastei para dentro do banheiro. Lá, eu liguei o chuveiro e comecei a cortá-la com a faca".

Munido com um facão, Brito iniciou o esquartejamento da moça pelo pescoço, braço e pernas. "Cortei tudo bem nas juntas. Depois, lavei a faca debaixo da pia mesmo, coloquei o corpo dela em sacos plásticos e a cabeça em um balde. E liguei para a Maria (a outra mulher presa)".

Depois de ter matado a moça, em novembro do ano passado, Alexandre teria dito para o namorado dela, Rafael, que ela havia simplesmente "ido embora". Só que como o rapaz perguntava insistentemente por ela, o acusado afirmou à polícia ter escutado novamente uma voz, que lhe dizia "que ele precisava matar alguém, para ser curado dos problemas de saúde que vinha tendo". 
Rafael foi, então, surpreendido pelo acusado com golpes de enxada na cabeça, enquanto dormia, no fim de dezembro. Depois, também foi esquartejado e enterrado, a poucos metros de onde estava o corpo da namorada.

Fonte:Mogi News