quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Operação Águas Claras Duas empresas contratadas pelo Semae são acusadas de fraudes


Operação Águas Claras
Duas empresas contratadas pelo Semae são acusadas de fraudes
Enorsul e Strategos, contratadas por licitação, são suspeitas de desvio de verbas no esquema que age no País
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

O Semae não respondeu se haverá mudanças ou cancelamento dos contratos com as empresas
Duas empresas contratadas pelo Serviço Municipal de Águas e Esgoto (Semae) são suspeitas de participar de uma quadrilha que fraudava licitações de contratos de água e esgoto em diversas regiões do País. Na última segunda-feira, 16 pessoas foram apreendidas durante a operação "Águas Claras", que aconteceu nos Estados de Santa Catarina, Goiás e São Paulo, sendo 14 pessoas apreendidas neste último. 
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério Público, os contratos irregulares gerados chegam a R$ 1 bilhão e o desvio de verba no esquema pode passar dos R$ 150 milhões. Entre as 29 empresas especializadas em fraudar licitações de órgãos públicos e autarquias por meio do consórcio "Brasil Medição", duas prestam serviço em Mogi: Enorsul e Strategos. 
Segundo o Semae, o contrato com a empresa Enorsul foi assinado em 2010 e contempla serviços de cortes e religações na rede, além de inspeções de ligações suspeitas. A última medição aponta que os custos mensais com este contrato são de R$ 120.833,40. No site da empresa há a especificação que a empresa realiza "todos os serviços comerciais de troca e instalação de hidrômetro, corte, religação e caça-fraudes no município de Mogi das Cruzes".

Já o contrato com a empresa Strategos foi assinado inicialmente em 2006. Em 2011, foi realizado um novo pregão e a mesma empresa novamente foi a vencedora do processo. A última medição aponta que o custo mensal é de R$ 151.525,88 e o contrato contempla serviços de leitura e emissão de contas. A autarquia não respondeu se haverá mudanças ou cancelamento dos contratos, já que as empresas são apontadas no esquema de fraude.

O contrato está em vigor desde a gestão do ex-diretor do Semae, Edílson Mota de Oliveira, quando o Ministério Público de Mogi das Cruzes constatou prática de várias irregularidades contábeis e fraude em licitações e contratações de serviços das empresas Michele Trading, J.G. Trading e Leandro Silva Veículos Limitada. Além do ex-diretor, outros cinco servidores foram responsabilizados pelas irregularidades confirmadas na apuração comandada pelo advogado do Semae e presidente da sindicância, José Eduardo de Jesus. 
Segundo a promotoria, as empresas combinavam os valores da licitação para definir antes quem seria a vencedora. As empresas agiam a partir da associação Brasil Medição há cinco anos. Por causa da fraude, consumidores das cidades de Barretos, Jardinópolis, Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Botucatu, Diadema, Sertãozinho e Jundiaí, tiveram nas suas contas de água e esgoto um acrescido de 10% no valor da tarifa.

Fonte:Mogi News