segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Boca de urna Denúncias pipocaram pela cidade


Boca de urna
Denúncias pipocaram pela cidade
Cabos eleitorais não exitaram em conquistar os últimos indecisos, e sujaram as ruas com os seus santinhos
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Ian Muffo

Em vários pontos da cidade, foram encontradas pessoas distribuindo santinhos; na periferia, houve relatos de compra de votos
A temperatura amena e o sol que surgiu logo cedo animaram os mogianos a seguirem aos principais colégios eleitorais para indicar os seus candidatos a prefeito e vereador. Por volta das 6h30 - uma hora e meia antes do previsto pela Justiça Eleitoral - já era possível observar filas de eleitores, além de muita sujeira eleitoral, isto é, centenas de santinhos e fôlderes de candidatos jogados ao chão na expectativa de atrair o eleitor indeciso. Também acordaram cedo os cabos eleitorais que, sem o menor pudor, realizavam boca de urna, tática considerada crime eleitoral. 
Na Escola Estadual Galdino Pinheiro Franco, em Brás Cubas, maior colégio eleitoral da cidade, a ação ilegal foi discreta nas primeiras horas da manhã, com grupos de jovens se concentrando a dois quarteirões da escola, distribuindo santinhos aos eleitores. Após as 10 horas, a ação era explícita, segundo denunciaram fiscais partidários. O sushiman Celso Kato Santos, 50 anos, que foi o primeiro a chegar à escola, às 6h20, não chegou a ser abordado pelos cabos eleitorais. "Já tenho o meu voto definido, não preciso que ninguém diga em quem tenho de votar. Só decidi vir cedo porque aqui sempre tem fila e eu queria já garantir o meu voto logo cedo e depois ir pescar", justificou. 
Com 77 anos, e apesar das dores em razão de um tratamento de saúde, a aposentada Maria Guimarães também fez questão de registrar o seu voto logo pela manhã. Contudo, ela reclamou do excesso de propaganda eleitoral jogada no chão e ocorrência de boca de urna nas imediações da escola. "Faço questão de registrar o meu voto, porque é quem eu quero como governante. Esse negócio de aceitar santinho de última hora é injusto. Além disso, é preciso mais atenção com esses papéis, se alguém escorrega, pode se machucar seriamente", disse. 
Não muito longe dali, na Escola Estadual Cláudio Abraão, diversos santinhos e fôlderes de candidatos a vereadores também dificultavam a entrada e saída de eleitores. Isso porque, numa menor distração, o eleitor escorregaria pela rua, que é uma aclive. Para evitar aglomeração de pessoas ao redor do colégio, diretores técnicos da Justiça Eleitoral resolveram fazer uma triagem dos eleitores para as 11 seções na quadra, que fica dentro da escola. 
Em César de Souza, na Escola Municipal Iracema Brasil de Siqueira, a reclamação de fiscais e eleitores era a presença de veículos adesivados com carro de um candidato a vereador. Uma viatura do 17º Batalhão chegou a ser acionada, mas policiais consideraram que a medida não constituía crime eleitoral. 
No bairro do Socorro, nas imediações da Escola Estadual Camilo Faustino de Mello, o clima era tenso - como em todas as eleições. Por ser um dos maiores colégios eleitorais da cidade e ser local de votação de grande parte dos candidatos, além de diversas autoridades estaduais e federais, como, por exemplo, o deputado federal Valdemar Costa Neto, o Boy (PR), e Luiz Carlos Gondim Teixeira, a movimentação de cabos eleitorais era intensa.

Fonte:Mogi News