Após série de reportagens do Mogi News que mostrou que a água está contaminada, moradores vão receber água por meio de um caminhão-pipa
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Jorge Moraes
José Pedro, morador do bairro, está bebendo água do poço
A partir da próxima semana, o Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) vai fornecer água potável aos moradores da Volta Fria na região afetada pelo vazamento de nafta após o rompimento de um duto da Petrobras, em 2010. A decisão ocorreu após a série de reportagens feitas pelo Mogi News sobre o resultado do laudo do Centro de Pesquisas Tecnológicas (Cptec), elaborado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que analisou a água dos poços - que era consumida pelos moradores - na área contaminada.
A análise mostrou que a água dos poços está contaminada com 108,1 partes por milhão de benzeno, substância tóxica cujo volume é 22 vezes maior do que o permitido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O engenheiro e especialista sanitário pela Universidade de Stanford, Rudolf Hubert Steiner, recomendou no laudo que o consumo de água fosse suspenso por tempo indeterminado num raio de 10 quilômetros do acidente. Além disso, sugeriu que as famílias sejam acompanhadas por profissionais de saúde durante três anos.
A autarquia vai fazer um levantamento de quantas famílias devem ser beneficiadas com água potável e quais são as condições atuais existentes para este abastecimento. "Precisamos ver se estas famílias possuem caixa d´água, qual seria esse volume e quantas pessoas, de fato, serão atendidas. Mas o Semae tem total condições de abastecer estas famílias", explicou o diretor-adjunto do Semae, Dirceu Lorena de Meira.
O caminhão-pipa tem capacidade para transportar 10 mil litros de água e deve abastecer as famílias três vezes por semana.
Segundo José Pedro Machado, que mora na área próxima ao acidente, as pessoas continuam consumindo água dos poços, mesmo após a divulgação do laudo.
"Como não temos outra fonte e a Cetesb não fala nada para a gente com relação à água, consumimos normalmente, mas ficamos preocupados com esse laudo", comentou. Segundo ele, quatro poços artesianos abastecem a região, que tem cinco casas.
Fonte:Mogi News