sábado, 22 de setembro de 2012

Famílias da Volta Fria vão receber água do Semae


Famílias da Volta Fria vão receber água do Semae
Após série de reportagens do Mogi News que mostrou que a água está contaminada, moradores vão receber água por meio de um caminhão-pipa
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

José Pedro, morador do bairro, está bebendo água do poço
A partir da próxima semana, o Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) vai fornecer água potável aos moradores da Volta Fria na região afetada pelo vazamento de nafta após o rompimento de um duto da Petrobras, em 2010. A decisão ocorreu após a série de reportagens feitas pelo Mogi News sobre o resultado do laudo do Centro de Pesquisas Tecnológicas (Cptec), elaborado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que analisou a água dos poços - que era consumida pelos moradores - na área contaminada. 
A análise mostrou que a água dos poços está contaminada com 108,1 partes por milhão de benzeno, substância tóxica cujo volume é 22 vezes maior do que o permitido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O engenheiro e especialista sanitário pela Universidade de Stanford, Rudolf Hubert Steiner, recomendou no laudo que o consumo de água fosse suspenso por tempo indeterminado num raio de 10 quilômetros do acidente. Além disso, sugeriu que as famílias sejam acompanhadas por profissionais de saúde durante três anos. 
A autarquia vai fazer um levantamento de quantas famílias devem ser beneficiadas com água potável e quais são as condições atuais existentes para este abastecimento. "Precisamos ver se estas famílias possuem caixa d´água, qual seria esse volume e quantas pessoas, de fato, serão atendidas. Mas o Semae tem total condições de abastecer estas famílias", explicou o diretor-adjunto do Semae, Dirceu Lorena de Meira. 
O caminhão-pipa tem capacidade para transportar 10 mil litros de água e deve abastecer as famílias três vezes por semana. 
Segundo José Pedro Machado, que mora na área próxima ao acidente, as pessoas continuam consumindo água dos poços, mesmo após a divulgação do laudo. 
"Como não temos outra fonte e a Cetesb não fala nada para a gente com relação à água, consumimos normalmente, mas ficamos preocupados com esse laudo", comentou. Segundo ele, quatro poços artesianos abastecem a região, que tem cinco casas.

Fonte:Mogi News