sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Meio ambiente Construções ameaçam o rio Negro


Meio ambiente
Construções ameaçam o rio Negro
Mogi News foi até o Jardim Nataly e constatou que casas estão sendo construídas a 20 metros da nascente do rio
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
As diversas construções estão sendo erguidas no Jardim Nataly a poucos metros da nascente do rio Negro, são todas legalizadas
O meio ambiente e o crescimento imobiliário vivem em conflito não é de hoje. Mogi das Cruzes, por contar com ambos os fatores, se torna cada vez mais palco deste embate que se acentua. E um dos exemplos recentes ocorre em áreas próximas à nascente do rio Negro, localizada no Jardim Nataly, na avenida Hermínio Rafael da Silva. Construções estão sendo feitas às margens do curso do rio e o cenário que hoje é de água limpa pode ser alterado com a chegada de casas e estabelecimentos comerciais. O bairro, ao lado da Vila da Prata e da rodovia que dá acesso ao litoral Norte, está em franco crescimento. 
O rio, que deveria ser preservado pelo simples e básico aspecto ambiental, tem demonstrado que está perdendo esta "briga". E para aqueles que avaliam que a natureza não pode impedir o progresso e que ambos os ideais caminham em lados opostos, a justificativa para preservar a nascente do rio Negro poderia estar no diferencial "paisagístico" que ele poderia dar ao bairro, por estar localizado logo na entrada do Nataly. Se o Parque Morumbi tem um lago (apesar de todos os problemas de poluição), os moradores do Nataly poderiam se vangloriar por ter um rio que nasce naquele extremo da cidade e corta todo o município. 
Entre os que defendem um convívio harmonioso com o meio ambiente está Gerson Porto. Foi ele quem fez o alerta de uma possível irregularidade nas construções, negada pela Prefeitura. Por e-mail, Porto alertou para a "invasão". "Logo após o trevo da Vila da Prata, 100 metros adiante no caminho para Bertioga, está a nascente do rio Negro. Da própria estrada, bem à vista de todos, a cerca de 20 metros da rodovia, é possível ver as inúmeras construções que se lançam com grande ímpeto por sobre a nascente com grandes aterros já realizados. Seja pelo Código Florestal antigo ou pelo novo, além de ser uma nascente, que exige um distanciamento maior em relação à área edificável, toda margem de curso é uma APA (Área de Proteção Ambiental), na qual é permitida a construção desde que observadas regras de distanciamento. Além de não cumprir esta regra, está havendo o próprio aterro", alertou Porto, que procurou os órgãos responsáveis. 

Cetesb
"Consultada sobre o fato, a Cetesb informou ser de competência da Prefeitura a fiscalização. A Prefeitura informou ser de competência da Polícia Militar Ambiental que, por sua vez, disse que caberia à Cetesb. E assim, fechou-se o ciclo e a nascente continua sendo aterrada", disse Porto.

A reportagem foi até o local e encontrou operários em duas construções. A demarcação da área de trabalho (feita por meio de madeiras e valas abertas na terra) está a menos de 10 metros do rio. Há despejos irregulares de entulhos em terrenos próximos onde ocorrem as obras. 
Do outro lado do rio, há diversas casas, a cerca de 20 metros do curso d´água. De acordo com a Prefeitura, "as construções têm alvará e respeitam a faixa de 15 metros a partir do rio que, por força de legislação, não pode receber edificações. A situação está totalmente regularizada. Ainda assim, os trabalhos estão sendo acompanhados por fiscais".

Fonte:Mogi News