sexta-feira, 6 de julho de 2012

Centro Oncológico Ministro da Saúde pede revisão do descredenciamento do HC de Mogi




Padilha quer avaliar se denúncias de fraude e irregularidades apresentadas pelo governo do Estado são verídicas
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
Dependendo do parecer do ministro, o Centro Oncológico poderá voltar a atender pelo SUS
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, determinou a revisão do processo de descredenciamento  do Centro Oncológico e Hospital do Câncer "Dr. Flávio Isaías Rodrigues" do Sistema Único de Saúde (SUS), promovido pela Secretaria de Estado da Saúde, no início do ano. O responsável pela Saúde no País quer avaliar se as denúncias de fraude e irregularidades administrativas apresentadas pelo governo do Estado são verídicas ou quais seriam os motivos que justificariam a suspensão do tratamento de pacientes com câncer no hospital mogiano e, por consequência, o remanejamento do serviço ao Hospital Luzia de Pinho Melo, um hospital estadual que tem características generalistas, ou seja, atende a diversas especialidades, além de traumas e emergências. 
A decisão foi comunicada anteontem pelo próprio ministro ao diretor e fundador do Centro Oncológico e Hospital do Câncer, o oncologista Flávio Isaías Rodrigues, além do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR), durante audiência, em Brasília. Padilha não estabeleceu prazo, mas determinou à sua equipe técnica prioridade na análise do relatório e auditoria realizada por técnicos da Diretoria Regional de Saúde da Secretaria de Saúde de São Paulo, que, segundo o governo estadual, apontaram indícios de fraude e danos aos cofres públicos, estimados em mais de R$ 20 milhões.  


Provas
A direção do hospital mogiano nega as acusações e como prova apresentou uma série de documentos, contidos em três caixas, estimadas em 30 quilos de peso, e contendo uma auditoria "extra", cópia de prontuários e comprovantes de procedimentos realizados e que estão citados na acusação. 
Rodrigues disse estar otimista, após encontro de cerca de duas horas com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. "Só dele (ministro) decidir por um estudo diferenciado, nos dando a chance de defesa, já é um grande avanço. A verdade virá à tona e muitos verão que nada do que foi dito até agora é verdade. Sempre trabalhamos seriamente e visando ao bem-estar e conforto dos pacientes. A Justiça será feita. Leve o tempo que for necessário", comentou, por telefone. 
O Mogi News entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas não obteve um prazo para conclusão do processo.  
A decisão de suspensão do contrato para tratamento de pacientes com câncer do SUS e início de descredenciamento do Centro Oncológico e Hospital do Câncer do sistema foi anunciada pela Secretaria de Estado da Saúde em abril. O motivo seria as supostas irregularidades administrativas, identificadas em uma auditoria realizada por técnicos do governo do Estado. Desde 2 de maio, pacientes com câncer são encaminhados ao Hospital Luzia de Pinho Melo para assistência ambulatorial e quimioterapia, além de obras para implantar serviço de radioterapia. 
A suspensão do atendimento, assim como a suposta fraude são alvo de investigações no Ministério Público, Polícia Civil e Conselho Regional de Medicina. O Centro Oncológico, por sua vez, apresentou um pedido de ação no Fórum de Mogi para suspensão do processo de descredenciamento pelo governo do Estado, o que é avaliado pelo juiz da Vara da Fazenda, Bruno Machado Miano. 

Balanço 
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou, por meio de sua Assessoria de Imprensa, que desde o dia 2 de maio, quando tiveram início os atendimentos ambulatoriais no Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo, no Mogilar, até o dia 2 de julho, a unidade já realizou 1.530 agendamentos de consultas oncológicas, 1.013 dispensações de medicamentos aos pacientes em tratamento e 110 sessões de quimioterapia.


Fonte:Mogi News