terça-feira, 17 de julho de 2012

Candidatos a prefeito avaliam desafios





Os candidatos a prefeito de Mogi das Cruzes aprovaram as ideias de 50 personalidades da Cidade / Foto Arquivo


As opiniões sobre as prioridades para Mogi das Cruzes na próxima gestão, dadas pelos 50 entrevistados por O Diário em matéria publicada no último domingo (15), devem ser utilizadas, segundo os candidatos a prefeito da Cidade, em seus planos de governo. Nesta segunda-feira (16), eles comentaram as ideias e anseios citados na reportagem e elencaram por ordem de importância os principais desafios do Município e suas possíveis soluções.

Para o professor Edgar Passos (PSTU), um dos problemas mais citados na pesquisa, o crescimento desordenado, traz um reflexo bem nítido no cotidiano na Cidade: os congestionamentos de veículos.
Ele fala que este crescimento sem planejamento advém de um “transporte público caro e precário”. “O preço da passagem de ônibus de R$ 2,90 é um absurdo. Desde 1995, aumentou mais do que o dobro que da inflação. Defendo uma passagem que custe R$ 1,00 subsidiada pela Prefeitura; uma empresa de transportes municipalizada e uma efetiva integração com a malha ferroviária. Por causa deste transporte público defasado é que as pessoas optaram por carros e motos particulares. Com as vias inchadas, aumentam os acidentes de trânsito e isso causa impacto na área da saúde também”, comenta Passos.
O professor lembra, ainda, que o crescimento, mesmo que desordenado, citado por 26 dos 50 entrevistados, atingiu “uma pequena parcela da população”. “Privilegiou a poucos, tanto é que o salário médio do mogiano é de R$ 1,3 mil e se mantém estagnado”, afirma.
Já na visão de Fernando Muniz (PPS), advogado, candidato pela coligação “Mogi de Mãos Limpas”, formada ainda pelos partidos PRTB e PMN, os problemas citados pelos entrevistados com relação ao trânsito, saúde e segurança mais lhe chamaram a atenção. “O próprio seu Henrique Borenstein (empresário) citou que hoje temos um carro para cada dois habitantes, mas acho que para resolver essa questão é necessário um projeto em longo prazo. Não vejo, no momento, uma solução para a área central, por exemplo, cujas ruas foram feitas para passar cavalos e charretes. É claro que os pontilhões sobre a linha férrea ajudarão muito, mas não acho que resolvem totalmente. Por outro lado, para a área da saúde, também bastante citada na pesquisa de O Diário, acredito que os médicos precisam ser mais bem remunerados e os postos melhor aparelhados”, destaca.
Ele salienta, ainda, que para a área da segurança – segundo os mogianos, o setor vem assustando pela criminalidade crescente – o ideal será “rever o convênio com o Estado para que a Cidade receba mais policiais”.
Por sua vez, Jorge Paz (PSOL), que concorre em partido não coligado ao chefe do Executivo de Mogi, reconhece, também, o crescimento desordenado e os problemas que ele gera como congestionamentos, enchentes, falta de equipamentos urbanos, entre outros, como de solução prioritária. Entretanto, atribui o fato ao “desinteresse das autoridades públicas em resolvê-lo”. “O crescimento desordenado é uma questão central, tanto que foi citado por muitos no jornal e vamos usar isso em nossa campanha. Mas acredito mesmo que exista falta de interesse por parte do poder público de investir em planejamento, especialmente nos bairros periféricos. Hoje, o que vemos, é que Mogi é dividida entre o lado dos ricos e o lado dos pobres e isso não pode continuar”, diz.
Paz informa, ainda, que defende a oferta de todas as especialidades nos postos de saúde para melhorar o atendimento e na área dos transportes, uma passagem mais barata com maior tempo de duração da integração entre os ônibus.
O prefeito Marco Bertaiolli (PSD), candidato à reeleição na coligação “Mogi de Todos Nós”, formada ainda pelos partidos PRB, PP, PDT, PMDB, PSL, PTN, PSC, PR, DEM, PSDC, PHS, PTC, PSB, PV, PSDB, PC do B e PT do B, afirma que a iniciativa de O Diário “dá voz ao cidadão para que ele possa expressar suas opiniões e mostrar quais áreas ele considera que devem ser priorizadas pelo próximo governo”.
Ele destaca que “Mogi apresentou um crescimento significativo nos últimos anos, em todos os setores”. “Basta lembrarmos as grandes conquistas, como as 40 creches, a Unica, o AME, a canalização do Córrego dos Canudos, entre dezenas de outras obras e programas”, diz.
Entretanto, Bertaiolli reconhece que muito precisa ser feito. “Nossa meta é dar continuidade a todas as ações que estão em andamento, além é claro, de incluir novas propostas que irão nortear nosso trabalho, que representam um pacto com o mogiano pelo desenvolvimento sustentável da nossa Cidade. Não são propostas fechadas, elas irão se desdobrar em múltiplas análises e considerações ao longo dos próximos meses, principalmente porque iremos ouvir o que a população tem a dizer”.
Já o advogado Marco Soares (PT), da coligação “Construindo o Futuro da Nossa Mogi” (PT, PTB, PRP e PPL), salienta que o crescimento acelerado e desordenado da Cidade gera muitos problemas, especialmente nas áreas de mobilidade urbana, segurança e saúde. “Vimos na pesquisa do jornal que a grande maioria reconhece que Mogi cresce sem ordem e essa é a maior preocupação mesmo. Se tivermos um plano estratégico voltado para o crescimento teremos reflexos positivos nas áreas da saúde, segurança e mobilidade. Tenho como prioridade, se eleito, elaborar o que chamo de Lei das Metas, que nada mais é do que transformar em lei os compromissos do prefeito para com o Município e realizá-los. Só assim o mogiano terá um parâmetro objetivo se a Administração foi boa ou ruim, desprendendo-se de peças publicitárias”, diz.
Soares elenca, ainda, que para a área da segurança, bastante citada pelos mogianos, uma de suas propostas é armar a Guarda Municipal. “Vamos fazer um convênio com o Governo Federal para aparelhar e armar a Guarda, concomitantemente com políticas sociais que envolvam todas as demais secretarias e departamentos”, avalia.
Por fim, o candidato Mário Berti (PCB) defende a implantação de um “imenso calçadão” na área central de Mogi, desviando o fluxo de veículos para a Perimetral. “Não é possível que os carros ainda parem nas ruas do Centro, próximo ao Mercado Municipal. Aquilo lá é um absurdo. Os comerciantes ainda estacionam seus carros na frente das lojas, impedindo a visão das vitrines pelos consumidores. Acho mesmo que tem que tirar o trânsito de lá e os motoristas devem se virar para pararem em outros locais, mesmo que fiquem longe. Faz bem para a saúde caminhar um pouco”, alerta o candidato que pretende, ainda, acabar com os parquímetros caso se eleja prefeito.
Berti finaliza prometendo usar as opiniões dos mogianos em seu plano de governo. “Ele está finalizado já, mas vamos adequá-lo a esse material que o jornal divulgou porque ficou muito legal e útil”, avisa. (Sabrina Pacca)

Fonte:O Diário de Mogi